Publicado em: 20/10/2017 15h05 – Atualizado em 20/10/2017 20h29
Desafios do terceiro setor
A tarefa de quem está à frente de uma instituição social hoje não é um mar de rosas. Os desafios são imensos, e há dias em que a casca do abacaxi parece impossível de ser removida.
Esta semana, a população foi surpreendida com boatos de que o Cirva iria fechar antes do final do ano. A entidade, destinada ao cuidado de autistas em Indaiatuba, assiste hoje 120 pessoas e possui uma fila de espera de outras 60.
O anúncio do encerramento das atividades causou rebuliço, especialmente nas redes sociais. Contudo, o prefeito organizou um encontro com os pais dos assistidos e explicou que, na verdade, o Cirva será ampliado. Na reunião, ele apresentou o projeto feito para a instituição, que deverá ganhar novo prédio.
O fato nos leva a outro questionamento. Não é de hoje que as entidades filantrópicas enfrentam dificuldades cada vez maiores, principalmente por conta da crise econômica brasileira. Segundo a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), as doações encolheram 30% em todo tipo de assistência social, obrigando os voluntários a criarem eventos e produzirem serviços ou produtos, e com as vendas tentarem levantar recursos para continuarem em pé.
A associação frisa que a doação a instituições de caridade é um dos primeiros itens cortados do orçamento familiar em tempos de crise. Além disso, faltam incentivos para pessoas físicas doarem mais e várias empresas preferem ter seus próprios projetos de renúncia fiscal.
Contudo, o que se percebe em boa parte das gestões públicas é a falta de prioridade para trabalhos sociais e até, em muitos casos, para a saúde da população. Resta às entidades a difícil missão de reorganizar o orçamento, fechar novas parcerias e criar alternativas para aumentar a captação de recursos, contando com repasses cada vez mais minguados dos governos.
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