Publicado em: 05/04/2018 13h19 – Atualizado em 06/04/2018 17h35
Violência contra a mulher
O feminicídio é a expressão extrema das diversas formas de violência que atingem as mulheres em nossa sociedade. Em 2015, o crime passou a fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro.
A lei qualifica como feminicídio os casos de mulheres mortas por razões da condição de sexo feminino (ou seja, no contexto de violência doméstica e familiar, ou casos de menosprezo e discriminação à condição de mulher). A nomeação específica para o homicídio de mulheres justifica-se, segundo especialistas, pela necessidade de tornar visível essa forma de violência historicamente recorrente em nosso país.
Mais do que um crime hediondo, o feminicídio é um retrato da banalização da violência. Diariamente, sucedem-se fatos chocantes, como os ocorridos em Indaiatuba nas últimas semanas, conforme noticiado pela Tribuna. Num mesmo dia, duas mulheres foram mortas em circunstâncias que estarreceram a cidade.
Afora questões de ordem psicológica, o País passa por um momento complicado, em que desponta inversão de valores outrora estabelecidos. A desigualdade social gera situações disparatadas, em que o menos favorecido se vê discriminado numa sociedade em que o consumo é exaltado como sinônimo de sucesso. A marginalidade acaba invariavelmente sendo o destino de muitos, e o preconceito e a discriminação campeiam.
O subdesenvolvimentismo acarreta efeitos colaterais bastante visíveis. No caso do Brasil, é nítido o despreparo de governantes e o descontrole de cidadãos, resultando em tragédias como as que têm sido presenciadas diariamente, cada vez mais próximas dos cidadãos de bem.
Trata-se de quadro perturbador, cuja perspectiva de melhora só terá vez quando valores como tolerância e solidariedade disseminarem-se, com a devida valorização da educação como meio para uma sociedade mais justa e menos violenta. No panorama polarizado dos dias atuais, crimes como o feminicídio tendem a, infelizmente, continuar na ordem do dia.
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