O Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) foi o centro dos debates da 15ª sessão ordinária da Câmara, realizada na segunda-feira, dia 3. Além dos oito projetos aprovados, uma manifestação em prol de melhorias na saúde dominou o encontro.
Um grupo de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) protestou contra a falta de médicos plantonistas no pronto-socorro do Haoc durante o final de semana, alvo de matéria da Tribuna da última terça-feira, dia 4. O movimento foi liderado pelo autônomo Cristiano Matos, que iniciou o manifesto a partir de um problema pessoal com o hospital.
Matos havia publicado o mau atendimento que teve na instituição por redes sociais e conta que a falta de médicos do final de semana foi o estopim. “Foi quando resolvemos nos manifestar e pedir melhorias urgentes”, diz. “Queremos levar este movimento ao Haoc, Prefeitura e Ministério Público, após reunirmos a documentação necessária e todos os argumentos para abrirmos um processo”, acrescenta.
O aposentado Carlos Tommazoni apoiou a manifestação e lamenta o grande número de reclamações acerca do atendimento médico do hospital. “Queremos mobilizar os responsáveis para que tomem providências e acredito que com esta movimentação vamos conseguir algo”, cita.
Durante a Palavra Livre, os vereadores se mobilizaram em torno do tema. O presidente da Câmara, Luiz Alberto Pereira, o Cebolinha (PMDB), relatou um ofício que enviou ao hospital e a resposta que teve da direção. O documento assinado pela diretoria revela que o grupo de médicos que trabalhava no pronto-socorro “deu um ultimato” na diretoria, pedindo aumento no valor dos plantões três semanas após o início das atividades, sob ameaça de encerramento das atividades caso não fossem atendidas as reivindicações. O hospital argumentou com o presidente da Câmara que pediu um tempo para negociações, o que não foi atendido e, além disso, os profissionais teriam cessado as funções, incitando outros médicos a fazerem o mesmo.
Sobre o assunto, o presidente lamentou o “corporativismo” e disse que isso deve ser mudado. “Se há escala de plantão e ela é descumprida, deve haver punição. A saúde é primeira necessidade”, ressalta.
O vereador e ginecologista Túlio Tomass do Couto (PMDB) também se posicionou e apontou como uma atitude “irresponsável do ponto de vista ético e moral”. “O médico deve avisar com antecedência de pelo menos 24 horas a ausência ao plantão”, reclama. O parlamentar foi seguido pelo cardiologista Luiz Carlos Chiaparine (PMDB), que coloca o caso como “ato criminoso”.
O líder da oposição, Carlos Alberto Rezende Lopes, o Linho (PT), no entanto, rebateu o ofício do Haoc e revelou que obteve informações diferentes no pronto-socorro, onde não foi falado em “sabotagem”. “De qualquer forma, os órgãos responsáveis, como CRM (Conselho Regional de Medicina), APM (Associação Paulista de Medicina) e Conselho Federal de Medicina devem se pronunciar”, coloca o vereador, que também pede uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para o caso.
O vereador Bruno Ganem (PV) apoiou a criação de uma CPI e revelou que tem “informações complexas” que ainda não pode revelar sobre a situação que o Haoc passa, alegando apenas que o hospital sabia sobre o que ia acontecer com 15 dias de antecedência.
O presidente da Câmara, Luiz Alberto Pereira, o Cebolinha (PMDB), convocou uma reunião entre vereadores e os diretores do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) na quarta-feira, dia 5.
Representando o hospital, participaram os médicos, José Carlos Ribeiro da Motta Filho e Marco Antônio Barroca, além do diretor-superintendente Renato Sargo.
Ficou decidido no encontro que a diretoria do hospital iria contratar um novo gestor para comandar os plantões, organizar a escala de plantonistas e informar a população a função de um pronto-socorro.
Os diretores reforçaram que o problema ocorrido no final de semana foi o pedido de demissão do gestor “às vésperas do feriado”, levando toda a equipe terceirizada do Haoc.
Em 30 dias, a diretoria prestará novas contas sobre os resultados das ações tomadas pelo hospital para os problemas não se repitam.
Os vereadores aprovaram na sessão de segunda-feira, em segunda votação, um projeto que autoriza o Poder Executivo a contratar financiamento com a Caixa Econômica Federal para o recapeamento de vias e a construção de uma passagem elevada.
O contrato trará R$ 6,7 milhões ao Município, através do Programa Pró-Transporte (PAC 2 – 2ª Etapa). O viaduto será construído sobre a Avenida Manoel Ruz Peres, na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé.
O recape será feito em trechos da Rua João Giaquinto, Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé (marginais direta e esquerda), Rua Soldado João Carlos de Oliveira e Rua Álvaro dos Santos, num total de cerca de 48 mil metros quadrados.
A contrapartida do Município é de R$ 420.562,28. Antes de aprovar o projeto, Linho lembrou que Indaiatuba está entrando na “era dos viadutos” e fez uma ressalva de que, talvez, esse não seja o caminho para dar fluidez ao trânsito. “Me preocupa esse primeiro viaduto, pois em outras cidades isso parecia a solução e, no entanto, o ‘molho ficou mais caro que o peixe’, não sei se é a solução para a cidade”, disse em discurso.
O líder da oposição ainda pediu que o diretor de Trânsito de Indaiatuba explicitasse o tipo de obra que será feita no local para que o debate fosse ampliado. Em resposta, o vereador e líder do governo, Maurício Baroni (PMDB), garantiu que o diretor do Departamento de Trânsito e o secretário de Engenharia iriam à Câmara para fazer essa explanação.
Em votação única, foi declarada de utilidade pública a associação beneficente sem fins lucrativos Centro de Estudos e Assistência Espiritual Jesus de Nazaré. A entidade tem caráter científico, filosófico, religioso, educacional, cultural e de assistência social. O centro se dedica ao estudo e à prática do espiritismo; à difusão da doutrina espírita por cursos, seminários e reuniões; ao trabalho sem sectarismo pessoal ou de grupos, pela efetivação da fraternidade humana e de progresso pessoal e espiritual, e manutenção de um dispensário de alimentos, roupas e calçados para atendimento de pessoas carentes, sem distinção de cor, sexo, raça, condição social, trabalho, credo religioso ou convicções políticas, através de auxílio médico, social, cultural, farmacêutico e espiritual.
Outros três projetos foram aprovados em votação única. Um deles autoriza a Câmara a doar à Prefeitura um automóvel Fiat Línea 1.9 2010, placas DKI 5235. O carro será utilizado pelo Gabinete do Prefeito.