Publicado em: 07/12/2017 11h59 – Atualizado em 08/12/2017 14h29
Setor da construção civil deve reagir em 2018
Incertezas políticas em promover reformas durante o ano eleitoral podem representar barreiras
Divulgação
Marcio Benvenutti é o diretor da regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
Marcio Benvenutti é o diretor da regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) estima um crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção brasileira para 2018. A regional Campinas, que atende 79 cidades do interior de São Paulo, representa 11% da construção do estado de São Paulo e fechou outubro com 74.459 postos de trabalhos com carteira assinada.
Apesar da boa notícia, o setor deverá fechar 2017 com queda de 6,4%. A estimativa significa uma mudança de panorama em relação ao início do ano, quando o cenário apontava elevação de 0,5% no PIB da construção. Indaiatuba registrou a queda de 112 vagas formais e fechou o mês de outubro com estoque de 4.991 vagas de trabalho. O acumulado de janeiro a outubro foi de -16,95%.
“É notável que a construção civil teve um ano difícil e sentimos isso tanto na quantidade de obras quanto na redução das vagas de emprego. Ainda assim, temos uma projeção positiva para 2018 mas, sobretudo, uma projeção realista”, explica o diretor da regional do SindusCon-SP em Campinas, Marcio Benvenutti.
Para atingir essa alta de 2%, o cenário base considera um PIB Brasil de 2,5%, segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com o SindusCon-SP. As perspectivas para 2018 contemplam o aumento no número de empregos e na confiança do empresário da construção; melhorias no mercado imobiliário, no tocante à lançamentos, vendas e distratos (quando uma venda é concretizada e cancelada em seguida); aumento nas contratações de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), realizadas nos últimos meses de 2017 com reflexo em 2018.
Ameaças
Benvenutti também destacou as ameaças para o setor, no próximo ano: “Nos últimos três anos a construção perdeu cerca de 1,1 milhão de trabalhadores e essa recuperação requer cautela e estabilidade. As incertezas políticas, o quadro fiscal preocupante e a dificuldade do governo em promover reformas em ano eleitoral são ameaças diretas a possibilidade de retomada da construção em 2018”.
Em levantamento realizado pelo SindusCon-SP com cerca de 700 empresas do setor no Brasil, chamado de Sondagem da Construção, a expectativa de melhora no setor para o empresário em novembro atingiu 89,4%. Na sondagem de novembro de 2016, essa confiança era de apenas 37,2%. “A confiança é essencial para o empresário decidir investir. Entre 2016 e 2017, o governo deixou de investir em pastas essenciais e isso afeta o setor. No Ministério das Cidades a queda foi de 50% nos investimentos”, analisa o diretor da regional Campinas.
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