Publicado em: 05/04/2018 12h39 – Atualizado em 06/04/2018 16h41

Mexer nos guardados

Paulo Antolini é psicólogo, psicoterapeuta, practitioner de programação neurolinguística, administrador e consultor de empresas.
Fones: (19) 3834-8149 / (19) 99159-2480
Email: paulo.salvio@terra.com.br



Por encontrar uma casa mais adequada às minhas necessidades, mudei! Empacota coisas, carrega coisas, descarrega coisas, desempacota coisas, põe no lugar, muda de lugar, observa atentamente e não se dá por satisfeito, muda novamente, até que encontra o como deve ser. Eis um novo momento de aprendizado. Até o de identificar as chaves de “primeira mão”, até os novos lugares de coisas, objetos, pertences.
Inacreditável como quatro anos e alguns meses possibilitaram tanto acúmulo. Coisas que nem lembrava mais que tinha, uma ou outra me lembrava, porém não sabia onde estavam. Como as situações se assemelham. O externo ao ser humano possibilitando identificações com o ser humano interno.
Tantas vivências que existem em nós e que nem nos lembramos mais. Muitas delas já sem nenhuma utilidade e por não mais olha-las, continuamos a tê-la dentro de nós, sem saber que estão ocupando espaços internos e nos influenciando em nossas emoções e ações.
Tantas experiências inacabadas. Compara-se aos tantos objetos que adquirimos e mal demos utilidade a eles, ficando a ocupar espaços, gerando custos e desgastes que poderiam ser desnecessários, caso fizéssemos uma revisão periódica de tudo que mantemos e adequada analise do valor de mantê-los ou não conosco.
“Desapegue-se”; “faça o descarte do que não utiliza” e outras expressões com o mesmo significado: não reter o quer não serve mais.
Se existe dificuldade das pessoas de desfazerem de coisas materiais que não lhes servem para nada, imaginem se desfazer se emoções e estados que só nos prejudicam, nos prendem ao passado de uma forma ou de outra, e nos deixam com pesos desnecessários que só atrasam nossa jornada evolutiva. Sim, a vida propicia ao ser humano evolução, conforme se vive. Muitos estagnam, outros até regridem.
Aquele namoro que não deu certo, mas que na pessoa ainda não acabou. O emprego que perdeu, já não está fisicamente lá, mas ainda não saiu dele. A magoa que carrega apenas por não querer esquecer o feito.
É hora de cada um de nós nos tornarmos donos e senhores de nossos atos, de nossa vontade. É hora de deixarmos de dizer “Eu não consigo” apenas porque algumas tentativas ainda não foram suficientes, pois é preciso mais. É momento de assumirmos que nem tudo é fácil e acontece apenas pelo pensar que queremos.
É necessário sim a compreensão de que há dificuldades que exigem longo tempo de esforço para que possam ser superadas. Muitas vezes é necessário a ajuda de terceiros, seja através de psicoterapias, seja com o apoio de medicamentos, e principalmente, com o desenvolvimento da espiritualidade, o exercício da FÉ!
Parece quase impossível, principalmente sem o estímulo externo, mas é possível sim. Árduo, desafiador, cansativo, porem plenamente realizável. Só quando a grande maioria da população tiver essa consciência é que estaremos criando pessoas melhores e então, construindo um mundo melhor.
A queixa de que vivemos o caos pelos governos que temos é apenas um sintoma de nossa não vontade de fazermos em nós o que temos que fazer. Verdade que os que poderiam estimular o desenvolvimento humano não o fazem. Para esses assim é melhor, podem fazer o que querem que permitiremos com nossa desculpa do “não consigo”!

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