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Uma brincadeira erótica originária da Inglaterra, conhecida como Snap, está gerando polêmica em todo o Brasil. As famosas “pulseiras do sexo” estão no meio de um debate que coloca em discussão a educação sexual dos jovens brasileiros. Em Indaiatuba, educadores e psicopedagogos acreditam que a melhor forma de combater os significados sexuais das pulseiras de silicone é através da orientação às crianças e adolescentes, principalmente no âmbito escolar.
No jogo, cada cor de pulseira tem um significado, que vai desde abraço ou beijo, até sexo. Quem tiver a pulseira arrebentada deve cumprir a tarefa com quem conseguiu tirá-la. O uso das pulseiras já virou caso de polícia no Paraná, no final do mês passado. Uma menina de 13 anos, de Londrina, foi violentada por quatro jovens, um deles maior de idade. Eles teriam obrigado a menina a cumprir atos sexuais relacionados à cor da pulseira que ela usava.
A Tribuna entrevistou diretores, coordenadores pedagógicos e uma psicopedagoga das redes de ensino estadual e particular de Indaiatuba. Na opinião de todos os entrevistados, a melhor forma de evitar que crimes sexuais aconteçam é através da orientação.
O diretor da Escola Estadual Annunziata Leonilda Virginelli Prado, Dorival Peromingo, conta que até hoje a escola não teve problemas relacionados ao uso das pulseiras. “Ainda não vi alunos nossos usando por isso não enfrentamos problemas, o que fazemos é não procurar comentar sobre o assunto para não despertar a curiosidade dos adolescentes”, conta. “Só tivemos um caso que uma mãe entrou em contato e disse que a filha estava começando a usar e que a proibiu, a escola não pode proibir mas trabalhamos isso com a orientação dos alunos e também nas reuniões de pais”, argumenta.
No Colégio Objetivo Indaiatuba, a coordenadora pedagógica do ensino infantil e fundamental I, Maria Angélica Peratello, percebeu o uso das pulseiras no ano passado. “Em 2009 alguns alunos usaram a pulseira, mas eles usavam como adorno e não sabiam dos significados, quando nós soubemos deles, orientamos os pais e as crianças sobre os riscos e hoje não temos mais problemas”, conta. “Proibir não funciona, a orientação é o caminho mais adequado mesmo”, revela.
No Serviço Social da Indústria (Sesi), o diretor geral do Centro de Atividades, André Luís Martins da Silva, também defende a orientação. “No Sesi não temos nenhum caso e também não pegamos nenhum aluno usando, mas nós sabemos desta polêmica e sempre alertamos os pais para que aconselhem seus filhos quanto aos perigos do uso”, argumenta.
A psicopedagoga do Colégio Escala, Maria Rosângela da Silva acredita que o conhecimento do significado das pulseiras incentiva os adolescentes a usarem. “Eles estão em idade de conhecimento e sabendo disso eles acabam usando no sentido de rebeldia e desafio, no colégio vimos o uso disso no ano passado, mas não tivemos problemas, orientamos e hoje ninguém usa mais”, lembra.
Um projeto de lei que proíbe o uso do adereço nas instituições de ensino estaduais foi protocolado no último dia 8, pela deputada estadual Beth Sahão (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Antes de entrar em votação, o projeto ainda passará pelas comissões de Constituição e Justiça, de Finanças e de Educação.
Antes de o projeto ser protocolado, diversas cidades brasileiras já têm aprovado projetos de lei que proíbem o uso das pulseiras. Navegantes em Santa Catarina; Manaus, capital do Amazonas, Londrina, no Paraná e Dourado no Mato Grosso do Sul são exemplos da proibição. Em São Paulo, no último dia 8, foi protocolado, na Câmara dos Vereadores, projeto de lei que proíbe o uso na rede municipal e particular, além da comercialização do acessório.
Até a Região Metropolitana de Campinas (RMC) já se mexeu contra os acessórios. Em Campinas, a Câmara Municipal aprovou, na última quarta-feira, dia 14, em primeira votação, um projeto de lei que também proíbe o uso do acessório. A pauta ainda será discutida em segunda votação.