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No Divã – Dia 23 de Março



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Publicado em 25/03/2013 às 11h52Paulo Antolini – paulo.salvio@terra.com.br
Direitos e deveres

Aqui nos referimos ao que podemos e nos é facultado (direitos) e ao que temos por obrigação corresponder ao que é esperado (deveres) seja por uma imposição de lei, pela moral, por usos e costumes ou mesmo pela consciência. Assunto que gera há séculos debates e discussões e que, pelo que vivemos nos dias atuas, podemos concluir que não há consenso, gerando mais divergências do que convergências.



Existe um ditado bastante esquecido que diz: “O direito de um vai até onde começa o direito do outro”. Significa que os direitos são delimitados, não podem invadir os direitos dos outros. E isso deve valer para todos.



Falar em direitos e deveres significa também e principalmente falar sobre viver em coletividade, viver em comunidade. Significa então que há parâmetros e diretrizes que estabelecem normas e regras para a boa convivência. Com tantas e tamanhas mudanças é mais que natural sejam essas normas questionadas e modificadas, tornando-se mais uteis e mantendo suas funções primeiras: harmonizar, conciliar, consensar, dar condições de boa convivência.



Já repararam que se quer reivindicar os direitos e sem pensar na contrapartida, os deveres? Nas discussões onde ocorrem as reivindicações quase sempre o outro lado cita os deveres que não estão sendo correspondidos, mas sem serem considerados.



Essa divergência se faz presente em todos os tipos de relações. Filhos que exigem dos pais direitos por se acharem já independentes, mas cuja independência se situa apenas nas vontades, pois todo o restante dependem de seus pais. Também há pais que se acham no direito de sobrecarregarem seus filhos, fazendo deles extensões de suas vidas e privando-os de vidas próprias. Esse exemplo já abre para a percepção dos extremos. É o que estamos vivendo hoje: não se busca o olhar que estabelece o consenso, mas sim a luta desenfreada da defesa ao extremismo. Orgãos de classes e mesmo classes profissionais bradam bandeiras, porém olhando apenas um lado da moeda.



Ao se falar em direitos e deveres fala-se também de valores. Valor é tudo aquilo que é importante, e há valores que são imprescindíveis, necessitam serem respeitados coletivamente. Respeito é o conceito chave. Respeitar é acatar, é considerar o que é preciso ser acatado, ser considerado.



A impunidade aos desrespeitos têm gerado os grandes malefícios e em todas as instâncias. Entre casais, pais e filhos, patrões e empregados, raças, credos, etnias, classes, opções sexuais. Já pensaram que um desrespeito nada mais é do que o não cumprimento de um dever? O não atendimento a uma expectativa consensadas?



Crianças estão sendo criadas com o tudo podem, tudo têm e a qualquer hora, passam por escolas caras e continuam a serem poupados de seus deveres e crescem. Atingem a maioridade legal: 21 anos. Como querer deles responsabilidades? Em palavras simples, ser responsável é corresponder aos seus deveres.



A grande maioria de nossos direitos é conquistada e para isso cumpre com muitos deveres, tem-se muitas obrigações e corresponde-se a elas. E a cada direito conquistado, mais obrigações se traz para si. Por exemplo: se formar em um curso profissional capacita, dá o direito de se exercer essa profissão. Com todas as responsabilidades de quem diz conhecer no que se formou. Não basta o diploma, como dever tem que existir o conhecimento.



Muito se voga o assunto dos políticos. Os que são eleitos ganham direitos, mas possuem enormes deveres para com a população, com a cidade, o estado, o país. A impunidade faz com que usem o direito do cargo em legislar e o fazem em causas próprias, desrespeitando os deveres com os eleitores. Só eles estão errados? Não. Nós não estamos exercendo nossos deveres de cidadãos.



Nos não estamos cobrando as responsabilidades as quais eles se propuseram. Como? Não só diretamente, mas a cada vez que negligenciamos uma repreensão, deixando de dá-las aos nossos filhos. Cada vez que nos omitimos quando vemos alguém sendo injustiçado por outro e nos calamos, alegando não termos nada com isso. Exija seus direitos, cumpra seus deveres!

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