No final da tarde de ontem, dia 15, o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), por meio da assessoria de imprensa, comunicou a morte encefálica do jovem de 21 anos, envolvido no acidente ocorrido depois de um suposto racha na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé durante a madrugada de sábado, dia 12. Até então, o jovem estava internado em estado vegetativo.
De acordo com a nota divulgada pelo hospital, foram seguidos rigorosamente todos os protocolos médicos e a família autorizou a doação dos órgãos do jovem para transplante por uma equipe da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo a assessoria do Haoc, foram doados os rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas e córneas.
De acordo com a Funerária Mattioni, o corpo do jovem, até o final da tarde de hoje, aguardava a liberação no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas para ser velado no cemitério Jardim Memorial. As informações sobre o sepultamento ainda não foram divulgadas.
O caso veio à tona depois de informações apuradas pela Tribuna sobre o suposto racha e envolvimento de menores terem sido repassadas à Polícia Civil, que desconhecia os fatos.
“Foi feito um boletim de ocorrência com o nome da vítima, com o nome do policial que apresentou a ocorrência e nada mais”, disse o delegado assistente Luiz Fernando Dias de Oliveira.
Agora, segundo o delegado, a principal linha de investigação da Polícia Civil se baseará nas informações levantadas pela Tribuna, cujas fontes serão mantidas em sigilo.
Quando a Reportagem teve acesso ao boletim de ocorrências, elaborado cerca de três horas após o acidente, foi possível perceber que o documento estava incompleto, já que nele não constava testemunhas, vítimas, o endereço correto do acidente e nem mesmo a qualificação do veículo envolvido, como o número da placa.
Dois dias depois do acidente e da elaboração do primeiro boletim de ocorrências, um novo documento foi lavrado no Plantão Policial, às 14h19 de terça-feira, dia 15, a pedido da Polícia Civil, baseado nos depoimentos colhidos com o início da investigação.
No novo boletim, todas as vítimas aparecem listadas. A responsável pela condução do automóvel, uma jovem de 16 anos, está arrolada como adolescente infratora.
“Salvo melhor juízo e pelo que restou apurado até o presente momento, temos no presente caso a ocorrência de inúmeros ilícitos penais, dentre eles: lesão corporal (dolosa ou culposa, a depender do andamento das investigações); participação em racha; omissão de socorro; fuga de local de acidente; fraude processual; homicídio (culposo ou doloso)”, aponta o novo boletim de ocorrência.
Um inquérito foi instaurado para a apuração definitiva das circunstâncias em que se deu o acidente, bem como dos motivos que levaram à alteração da situação original da cena.
Confira a matéria completa na versão impressa da Tribuna, no próximo sábado.