No mínimo, oito bairros registraram interrupção no abastecimento de água na semana passada, entre quarta-feira e sábado. Parte deles foi justificada por uma queda de energia na captação do Ribeirão Piraí e na Estação de Tratamento de Água (ETA) III, na Fazenda Pimenta.
O Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) reforça que, mesmo com os problemas, não há risco de racionamento. A autarquia ainda ressalta o reenquadramento do Rio Jundiaí, que já conseguiu a outorga para captação, que poderá ser realizada quando houver real necessidade.
Mesmo assim, chegaram à Tribuna reclamações sobre falta de água no Jardim do Sol (Vila Mercedes), onde o problema ocorreu em dois dias da semana; João Pioli, em que o fornecimento parou na quinta e voltou somente no sábado; Vila Furlan, Jardim Regina; Lauro Bueno; Jardim Pau Preto; Cecap; e parte do Jardim Morada do Sol.
A diarista Maria Cristina Marron de Oliveira é moradora do João Pioli e conta que a água acabou em sua casa na quinta-feira (11), durante o dia, e voltou somente no sábado (13), às 22h. “Nos falaram que o problema era na captação e nós entendemos. Sei que a situação está complicada, mas acho um descaso nos deixar três dias inteiros sem água”, comenta.
As reclamações também vieram de donas de casa do Jardim Pau Preto e Vila Mercedes, onde a falta d’água atrapalhou os serviços domésticos essenciais, na quarta (10), e na quinta-feira, respectivamente.
Nos dias subsequentes ao fechamento da edição impressa da Tribuna desta terça (16), recebemos reclamações de pessoas de vários bairros que continuam afetados pela falta de água.
Justificativa
A assessoria de imprensa do Saae explica que o problema da semana passada se deu após uma queda de energia de aproximadamente duas horas na captação do Ribeirão Piraí e na ETA III. Isso levou a outros problemas em série. Com a volta da energia, uma bomba da captação do Piraí queimou e, após o conserto da bomba, houve um rompimento na adutora que transporta água para a estação, devido aos trancos na rede causados pelo ar e pela pouca vazão do manancial.
Dessa forma, não houve pressão para enviar água para os reservatórios da parte alta da Zona Sul, o que prejudicou principalmente o abastecimento dos bairros Lauro Bueno, Jardim Regina, parte alta do Jardim Morada do Sol, Monte Verde e João Pioli. Na Vila Mercedes e Vila Furlan, a causa estava no sistema de distribuição, que está interligado em alguns reservatórios da Zona Sul.
Já no Jardim Pau Preto e no Cecap, o Saae afirma que não teve conhecimento sobre as paralisações.
O Saae explicou ainda, que, quando os níveis dos reservatórios e mananciais estão normais, a recuperação do sistema é mais fácil. Com os níveis baixos e esses problemas em série, a manutenção foi mais complicada e demorou mais de meio dia para ser resolvido. As partes altas da cidade são as que mais sofrem quando o sistema está comprometido, pois não há pressão suficiente para enviar água para os reservatórios dessas regiões.
Consumo aumentou 15% no mês
Devido a elevação da temperatura nos últimos dias, o consumo de água em Indaiatuba aumentou 15%, segundo o Saae. O avanço no consumo apareceu depois de alguns meses de quedas seguidas, quando Indaiatuba chegou a reduzir em 24% o consumo. O valor foi divulgado no fim de agosto, alcançado na comparação com janeiro deste ano.
A autarquia está realizando uma série de campanhas de conscientização sobre a economia de água desde o início do ano. Nas peças, pede para que a população evite o desperdício de água e economize, sem lavar carros, quintais e calçadas, por exemplo.
O Saae reforça que são várias as formas da população economizar água: reutilizando a água da máquina de lavar roupa para limpar quintais e calçadas; tomando banhos mais rápidos e ficando atenta à existência de vazamentos na rede interna de distribuição.
Além disso, o Saae emprega medidas para reduzir o gasto, como o Programa de Combate às Perdas de Água na rede de distribuição, que foi intensificado. O trabalho do Sistema de Coleta e Reaproveitamento iniciado no começo do ano proporciona a economia diária de 500 mil litros de água tratada que eram utilizados na limpeza do lodo que se acumula nos equipamentos, descartados nas galerias pluviais, economizando R$ 150 mil mensais e evitando o desperdício diário de um volume equivalente ao do reservatório elevado da ETA I.
O trabalho de conscientização segue nas escolas, com vistas à educação ambiental das crianças e a troca de equipamentos para evitar vazamentos.