Mariana Corrér
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A economia brasileira continua incerta. Antes mesmo das eleições, a bolsa de valores já oscilava bastante, algumas grandes empresas perderam valor de mercado e toda a investigação na maior estatal brasileira, a Petrobras, também contribuiu bastante para este quadro. Com tantas mudanças no mercado, logo as moedas estrangeiras também sofreram alterações e o valor do dólar e o euro seguem em disparada.
O dólar subiu tanto que alcançou a maior cotação em mais de nove anos nesta semana. Alguns especialistas estimam que ele pode chegar até R$ 3 em janeiro, o que não está longe, já que passou dos R$ 2,80 nesta semana e fechou em R$ 2,83 na tarde de ontem, dia 19. O euro não fica atrás e está em R$ 3,47 na compra da moeda para turista.
A tendência, segundo os sinais dos mercados internacionais, é de constante subida, porém, os mercados estão instáveis, oscilando dia a dia, de acordo com a necessidade de moedas nos diversos lugares. Essas previsões acabam intimidando o turista, que tem repensado nos destinos internacionais para as férias.
O professor de Economia da Max Planck, José Roberto Saccomani, lembra que estamos batendo níveis registrados em 2006. “O cenário, porém, é outro em termos mundiais, com mercados desaquecidos e queda nos preços das commodities”, analisa. “Penso que o Banco Central está ‘administrando’ esta desvalorização, mas não podemos afirmar que este câmbio irá cair”, acrescenta.
Segundo ele, o “pessimismo” se justifica com a crise internacional. “Os mercados precisam de moedas fortes e eles vêm resgatar onde está aplicado”, diz. “E o Brasil é um destes países em que recursos internacionais estão aplicados. Quando se compra muito dólar aqui para devolver ao exterior, a procura aumenta e, consequentemente, o preço sobe, então, de imediato, não podemos prever quedas acentuadas”.
Diante disso, quando se pensa em viajar para o exterior, o planejamento tem que ser mais cauteloso. No entanto, para o economista, se o turista já fechou sua viagem, a dica é não esperar. “Assim que possuir os recursos, já devem comprar as moedas estrangeiras”, sugere. “Aconselho ir fazendo as compras semanais e acompanhar as cotações”, adiciona, lembrando da possibilidade de levar o cartão pré-pago em vez de dinheiro vivo. Neste caso, porém, o imposto sobre o gasto é de 6,38% – a situação é mesma nos cartões de crédito, que calculam o valor gasto pela cotação do dia do fechamento da fatura, mais os 6,38%.