*
Leandro Povinelli
cidades2@tribunadeindaia.com.br
A lei federal que prevê a ampliação da carga horária do curso de formação de condutores para a categoria B (carros) já entrou em vigor no Estado de São Paulo desde a última segunda-feira, dia 19. A medida, no entanto, passa a valer para o candidato que realizar o exame médico a partir dessa data. Conforme determina a Resolução 493 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o cidadão que passar pelo processo de primeira habilitação na categoria B fará 25 horas de aulas práticas, e não mais 20 horas, como anteriormente, sendo que, deste período, cinco horas/aula devem ser realizadas no período noturno.
A grande mudança para a população, porém, passa a ser o preço do documento, que sofrerá um aumento significativo. Para o presidente da Associação das Autoescolas e CFCs de Campinas e Região, Oswaldo Redaelli Filho, com a necessidade de contratação de novos instrutores, veículos e demais adequações físicas, as autoescolas da região deverão cobrar até 15% a mais no curso de direção, avaliando que um curso com custo médio de R$ 1 mil passará a, aproximadamente, R$ 1.150,00.
Em Indaiatuba, todavia, o índice de aumento ainda não foi definido por nenhuma autoescola, conforme informado pelo presidente da Associação dos Centros de Formação de Condutores e Autoescolas de Indaiatuba, Alexandre Coutinho. De acordo com ele, uma reunião ainda sem data definida irá ocorrer no município para que cada local estipule seus gastos.
“O preço da habilitação cobrado atualmente em Indaiatuba é o mesmo desde 2006. E isso é bem diferente das demais autoescolas do país. Esse aumento será necessário, até porque estamos defasados em relação a outras cidades”, comentou Coutinho.
Para o presidente da associação, o aumento ideal para custear todo o trabalho das autoescolas seria em torno de 80%, fazendo com que o preço saltasse de R$ 1 mil para R$ 1.800. “Hoje a média cobrada na cidade gira em torno de R$ 1 mil. No entanto, para não ficarmos tão fora em relação às demais cidades e, tendo em vista todo o custo com funcionários, carros, manutenção e etc., o ideal seria cobrar R$ 1.800”.
Já na opinião dos indaiatubanos, a situação não é nada agradável. O estudante Thales Seckler Garcia, de 19 anos, relatou à reportagem que, com a mudança de leis e o aumento dos preços, conseguir uma habilitação será cada vez mais complicado.
“Ganhando um salário mínimo, precisaria economizar por uns dois meses até conseguir pagar pela minha habilitação. Agora, com esse aumento, precisarei juntar muito mais dinheiro e evitar qualquer outro tipo de gasto. E como faço com as minhas outras contas? Assim fica cada vez mais difícil conseguir uma carteira de habilitação”, reclama.
O estagiário Jeferson Luís dos Santos, de 23 anos, também tem a mesma opinião de Thales, com o agravante de precisar passar mais tempo na autoescola. “Além do aumento do preço haverá o aumento do tempo. Isso complica um pouco para mim, já que preciso trabalhar, estudar e ajudar em casa. Essas horas a mais vão causar um pouco de transtorno, mas o que podemos fazer? É necessário”, desabafa.
Ainda de acordo com Alexandre Coutinho, a nova regra para a primeira habilitação dependerá, exclusivamente, de cada autoescola para mostrar êxito. “Não posso dizer se essa mudança é boa ou ruim. Isso vai depender de cada um, de cada aluno e de cada autoescola. Se as aulas realmente forem utilizadas para o aprendizado, se o aluno for esforçado e o instrutor mais ainda, com certeza todos só têm a ganhar”, finalizou.