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Leandro Povinelli
cidades2@tribunadeindaia.com.br
O casal apontado pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Indaiatuba como participantes do duplo latrocínio que vitimou os companheiros de trabalho Aníbal Kreiton, de 74 anos, e Oderli Cesar Ruesch, de 51 anos, mortos com golpes de marreta e faca, foi preso no distrito de Nova Matrona, pertencente ao município de Salinas, em Minas Gerais. O crime, ocorrido no dia 13 de janeiro, foi esclarecido em 14 dias pelos investigadores de Indaiatuba, que descobriram o provável paradeiro do casal, realizando contato com as forças policiais de Minas Gerais.
“Na última segunda-feira nós recebemos informações de que uma pessoa muito parecida com o suspeito poderia estar aqui no município de Salinas, informando que ele seria o autor de um duplo latrocínio ocorrido na cidade de Indaiatuba”, informou o sargento da Polícia Militar de Salinas, responsável por comandar a ação da prisão. “Diante dos fatos, fizemos um monitoramento com nosso efetivo, incluindo alguns policiais a paisana, e nos dirigimos até a casa onde estaria o casal. No momento da diligência, porém, fomos informados pelos policiais sem farda de que o sujeito estaria em via pública, foi então que conseguimos abordá-lo, mesmo ele tentando fugir para dentro de seu imóvel”.
Depois de constatada a identidade dos dois suspeitos, os militares tiveram acesso à residência e conseguiram encontrar uma arma de fogo que, segundo o autor do crime, fora comprada com o dinheiro que ele obteve no deslocamento do Estado de São Paulo até Minas Gerais.
“Nas primeiras informações que ele nos passou, ele confessou o crime, dizendo que deu uma marretada na cabeça do Aníbal e, ao perceber que teria outro funcionário no galpão, se fingiu de morto e conseguiu atacar a segunda vítima”, relatou o sargento.
Revelação
Ainda de acordo com a PM de Salinas, o suspeito relatou que a execução de Aníbal Kreiton foi encomendada, apontando a ex-mulher da vítima como mandante. Segundo o autor do crime, a mulher teria conseguido um celular para que eles mantivessem contato, além de realizar o desligamento do sistema de monitoramento das câmeras de segurança do galpão, facilitando o crime.
“Ele nos confessou que a mandante do crime seria a ex-esposa da vítima, mas não podemos comprovar isso, já que é uma situação que demanda investigações. Mas, segundo ele, foi a ex-esposa que o contratou, pagando uma quantia aproximada de R$ 100 mil, que ele utilizou para comprar, além da arma de fogo calibre 32, alguns terrenos em um distrito rural de Salinas”.
Investigações
Na madrugada de quinta-feira, uma equipe do SIG de Indaiatuba saiu do município e se dirigiu até a cidade de Salinas, em Minas Gerais, para dar continuidade às investigações. Foram cerca de 1300 quilômetros percorridos até o território mineiro, onde serão realizadas diligências e oitivas com o casal envolvido no crime que chocou Indaiatuba.
De acordo com o delegado titular do município, Marcelo Eduardo Bueno da Silveira, os policiais devem voltar para Indaiatuba ainda neste final de semana. O principal objetivo da viagem, no entanto, é tentar esclarecer a versão apresentada pelo suspeito no momento de sua prisão, afirmando que o crime teria sido encomendado pela ex-mulher da vítima.
“Isso ainda será tudo apurado, já que essas informações são extraoficiais. É até por isso que uma equipe do nosso Setor de Investigações foi até Minas Gerais para tentar esclarecer os fatos e colher os depoimentos do autor, descobrindo se houve mesmo mandante, se ele inventou essa história, enfim”, disse o delegado. “O que precisamos deixar claro, também, é que os cheques não têm nada a ver com a história de forma de pagamento pela morte da vítima. Esses cheques não foram recebidos pelo suspeito como afirmado em alguns meios de comunicação, eles foram roubados após o crime”.
Sobre o terceiro suspeito, a Polícia Civil também garante a investigação, mas seu envolvimento com o crime está praticamente descartado. “Essa pessoa que estaria descontando o cheque, que foi apontada como um terceiro suspeito, seria apenas o vendedor de um dos terrenos comprados pelo autor, que utilizou o cheque roubado. Aparentemente ele não tem nenhum envolvimento e não sabia do caso, mas, repito: tudo será investigado”, finalizou.