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Fábio Alexandre
cultura@tribunadeindaia.com.br
Acostumada com o palco mesmo antes de nascer, Luiza Possi já frequentava estúdios e grandes festivais com sua mãe Zizi. Durante a adolescência, descobriu que a música também seria o seu caminho e começou a cantar em diversas bandas e a participar de concursos. Em 2002 lançaria seu primeiro álbum, “Eu Sou Assim”, com Rick Bonadio como produtor pelo Indie Records. Desde então, se destaca entre a nova geração da Música Popular Brasileira, mas não abre mão do rock, reggae ou qualquer outro gênero.
Luiza Possi esteve nos estúdios da rádio Clip FM na última quarta-feira, dia 10, para falar sobre seu último álbum, “Sobre Amor e o Tempo”, parcerias com Erasmo Carlos e Lulu Santos, sua participação no reality show The Voice, além de tantos outros projetos que mantém na internet e em outros meios. A Tribuna de Indaiá acompanhou a entrevista e bateu um papo com a cantora.
Tribuna – Como foi seu início de carreira?
Luiza – Comecei logo aos 15 anos, tocando em bandas. Mas lancei meu primeiro CD com 18. Hoje tenho 30 anos, mas até hoje muita gente pede para cantar Dias Iguais nos shows. Confesso que, quando lancei esta faixa, era outra que queríamos trabalhar. Mas deu certo e ela acabou se tornando um sucesso.
Tribuna – O mercado da música ainda te surpreende?
Luiza – Com certeza. Hoje corremos por outros meios para chegar ao público, não apenas através dos CDs e dos shows. Mas creio que em breve devemos chegar a uma fórmula única que permita ao cantor atingir o público e ainda ganhar o seu sustento.
Tribuna – Que ferramentas utiliza hoje para alcançar o público?
Luiza – Estou com um canal no iTunes e meu novo disco está à disposição no Spotify. Mas estou curtindo muito fazer o Lab LP no YouTube. É um canal muito “marginal”, que me permite gravar coisas que curto e normalmente não teria a chance de fazer. Este mês gravamos Could You Be Loved, Waiting in Vain e Turn Your Lights Down Low, do Bob Marley, mas todo mês temos um novo tema, com vídeos novos toda sexta-feira. Já gravei Rihanna (Stay), Katy Perry (The One That Got Away) e até Demi Lovato, com o tema do filme Frozen (Lei It Go), que adoro.
Tribuna – E como surgiu a ideia deste canal online de vídeos?
Luiza – Senti que precisava estar mais perto do público, colocar conteúdo no mundo com mais fre-quência. Mas como isso ia chegar ao público, era outra história. Antes, lançávamos um disco e já era. Ficávamos meses e até anos trabalhando em cima disso. Hoje, o público está sedento por novidades. A internet traz muitas opções e não dá para ficar de fora.
Tribuna – Esta busca pelo novo pode ser “perigoso” para os artistas?
Luiza – Hoje é mais complicado fazer shows. A demanda de novas tecnologias, instrumentos, som e iluminação é cada vez maior. Tudo isso aumenta os custos de produção. Mas foco em não reclamar. Sempre que alguém me pergunta se está “tudo bem?”, acho perigoso. Levo minha vida da melhor maneira possível e amo fazer o que faço. Isso é o bastante.
Tribuna – E como anda a divulgação de Sobre Amor e o Tempo?
Luiza – Creio que lançar um disco é algo no gerúndio. Sempre digo que estou lançando, é um trabalho constante. Neste novo trabalho, tive a oportunidade de trabalhar com muita gente boa, amigos como Erasmo Carlos, Marisa Monte, Ana Carolina e Lulu Santos, com quem gravei o clipe da música Tempo em Movimento, escrita pelo Lulu e por Nelson Motta.
Tribuna – O DVD Seguir Cantando ainda é um marco em sua carreira?
Luiza – Foi importante porque estava há muito tempo no Rio de Janeiro e precisava voltar a São Paulo com os “dois pés na porta”. Foi impactante musicalmente e também serviu para gravarmos um documentário sobre a produção do show (em parceria com o Canal Brasil).
Tribuna – E como foi participar do The Voice? Você é amiga do Daniel?
Luiza – O Daniel é um grande amigo. Acho muito ruim este preconceito, sou partidária de música boa, independente do gênero. Por isso mesmo, não sou definida musicalmente, mas tento colocar minha marca registrada em tudo que gravo, meu arranjos e vocais.
Tribuna – E como é ser jurada e técnica dentro do reality show?
Luiza – Muitos dizem que sou muito direta. Não saberia fazer de outra forma. Não é arrogância, mas vontade de instruir da melhor maneira. É importante que a minha experiência sirva para o outro, ou então não vale a pena. E é muito legar ver os resultados depois de tantas lições.
Tribuna – Que dica você deixa para novos artistas que buscam seu espaço?
Luiza – Seja autoral. A música autoral é mais difícil de fazer chegar, mas depois o sucesso é seu. Se gravar alguma música de outro artista, o que você levará para a sua carreira e para a vida de quem está ouvindo?
Tribuna – Qual é o público da Luiza Possi hoje?
Luiza – Hoje tenho um público muito variado. Famílias, crianças e tudo o que você possa imaginar. Mas tem aparecido algo inédito em meus shows: homens héteros solteiros (risos).
Tribuna – E como é a sua relação com o público?
Luiza – Gosto quando rola um respeito, sou super acessível e não tenho problema algum em atender todo mundo, quando posso. Mas quando se ultrapassa algum limite, não curto. Não gosto de gente bisbilhotando minha vida pessoal ou circulando onde moro, por exemplo.
Tribuna – E quando voltará a se apresentar em Indaiatuba?
Luiza – Espero que logo, mas confesso que sou sempre a última a saber. Tenho confiança na minha equipe e vou para onde me mandarem (risos). Mas espero estar de volta à Indaiatuba e região em breve.
“Sobre Amor e o Tempo” foi lançado em 2013 e traz 14 canções, misturando a MPB com muito rock. Com produção de Dadi, o disco começa com “Tão da Lua”, de sua autoria. “Devo Lhe” Dizer é uma parceria entre Dadi, Adriana Calcanhoto e Marisa Monte. Já “Tempo em Movimento” traz a dupla Nelson Motta e Lulu Santos, que divide os vocais com Luiza. “Quando pensei no Lulu pensei na (música) “Lua de Mel”, que adoro. Mas aí quando ouvi “Tempo em Movimento”, disse: ‘é isso’”, destaca a cantora.
“Dois Perdidos” é um presente de Arnaldo Antunes, enquanto “Dois em Um” é uma parceria com Erasmo Carlos. Mas os grandes nomes da MPB continuam a aparecer em “O Mundo Era Nós Dois”, de Ana Carolina, Chiara Civello e Antonio Villeroy; “Pode Vir”, de Juca Chequer; e “Venha”, de Luiza em parceria com Barbara Rodrix. O jazz também marca presença com “Coisas Pequenas”, de Zé Rodrix, e “Solidão”, de Dolores Duran.
Para saber mais sobre a carreira de Luiza Possi, adquirir o seu CD e conferir a agenda de shows, acesse www.luizapossi.com.br.