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Adriana Brumer Lourencini
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Moradores de vários bairros de Indaiatuba têm procurado a Tribuna para reclamar sobre terrenos sem manutenção próximos à residências. Além de acumular mato, gerando insetos de toda sorte, as áreas baldias servem ainda como verdadeiros depósitos de lixo, atraem usuários de drogas e facilitam o esconderijo de marginais.
O aposentado Inácio Amgarten, do Jardim Itamaracá, já teve problemas por causa de um grande terreno ao lado de sua casa, na Rua Odacir Junqueira. “A área pertence à Prefeitura, mas eles não têm feito a devida manutenção com frequência”, afirma. “Recentemente, vieram cortar o mato, porém, não limparam a calçada, que está intransitável. Além disso, o pessoal joga lixo – a placa de proibição da Prefeitura não resolve nada. Inclusive, nesta semana deixaram dois pneus ali; se chover, é mais um foco do mosquito da dengue”, ressalta Inácio. Ele conta também que, nos dias de chuva, seu quintal foi invadido por caramujos africanos, que estavam destruindo o jardim.
O terreno ocupa grande área e se estende até a rua do quarteirão atrás da casa de Inácio. Não possui cerca, apenas um aviso da Prefeitura que alerta para que a população não jogue lixo no local. Em nota, a assessoria da administração pública informou que a área é institucional e que a limpeza, a cargo da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, é feita regularmente. A Secretaria afirmou ainda que os fiscais visitam o terreno periodicamente, porém a questão do lixo persiste já que depende da conscientização das pessoas. De acordo com o secretário de Urbanismo, está sendo analisada uma forma de resolver o problema definitivamente, mas por enquanto nada foi definido.
Viciados
A Travessa João Batista, no Jardim Nely, também possui terrenos com matagal e sujeira. Por ser uma rua estreita e quase escondida, se tornou alvo de usuários de drogas e assaltantes que circulam pelo local dia e noite. Uma moradora relatou que no ano passado uma mulher foi assassinada no terreno que fica nos fundos da extinta empresa de costura Sieg. “Ela era cabeleireira, e acabou entrando para as drogas e daí para a morte”, lamenta.
A dona de casa enfatiza também que desde novembro vem pedindo para que a Secretaria de Urbanismo venha limpar as áreas, mas até agora o trabalho não foi feito. “Da última vez que liguei, disseram que estavam carpindo as escolas e não poderiam vir aqui”, revela. “A empresa (Sieg) foi desativada há uns 10 anos, e já está toda depredada. Várias vezes eles (vândalos) chegaram a quebrar o muro que separa a empresa do terreno nos fundos; daí a Prefeitura vinha tapar. Certa vez, tocaram fogo em uma caçamba, que queimou a noite toda; não sei o que incendiaram ali, mas a fumaça foi horrível e nos incomodou bastante”, lembra.
Na pequena rua há ainda um terreno particular, sem qualquer manutenção, protegido apenas por um portão de ferro. Ali, podem ser encontrados restos de comida, roupas, preservativos e resíduos de drogas, além do matagal que se acumula. “Já pedimos ao proprietário para limpar, mas ele nem mesmo vem aqui”, A moradora cita ainda que os viciados em drogas pedem dinheiro para retirar o mato, mas os moradores não aceitam. “É a Prefeitura quem tem de fazer este serviço”, dispara. Por fim, ela faz um apelo: “Nós pagamos imposto – meu Iptu é de quase R$ 1 mil – e queremos respeito”.
Questionada, a Secretaria de Urbanismo garantiu que, na próxima semana irá efetuar a limpeza das respectivas áreas. Além disso, irá providenciar a instalação de uma cerca de proteção no terreno nos fundos da extinta Sieg.