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Adriana Brumer Lourencini
adriana@tribunadeindaia.com.br
Usuários da Farmácia da Prefeitura, localizada na Rua Regente Feijó, no Bairro Cidade Nova, têm enfrentado horas de espera para conseguirem retirar os medicamentos. Alguns, inclusive, relataram que, após perderem tempo na fila, foram informados de que alguns remédios específicos não estavam disponíveis.
“Há três dias tento vir aqui buscar meu remédio. Utilizo medicação controlada e o que eu tenho em casa acaba nesta sexta-feira”, contou o operador Marildo Pereira de Lima. Na quarta-feira, ele foi à farmácia por volta das 10h20, e conseguiu a senha número 98; às 10h45 era chamada a senha 68. “Não sei a que horas vou sair daqui”, lamentou Marildo. “O pior é que temos de esperar para saber se eles têm o medicamento. Não sei o que está acontecendo. A última vez em que vim aqui, o atendimento estava normal”.
Situação similar viveu o autônomo Isaías Eugênio dos Santos, que na terça-feira permaneceu metade do dia na fila da farmácia. “Só fui embora porque tinha consulta médica”, revelou. “Hoje tenho que esperar, pois minha medicação acabou.” Isaías possuía a senha número 379, e ainda era chamado o número 320.
O aposentado Fábio Egídio da Silva teve um pouco mais de sorte. Ele chegou à farmácia às 9h e por volta das 10h50 conseguiu pegar seu remédio. “Mesmo chegando cedo, tinha 64 pessoas na minha frente”, disse. “Está lotado e quente lá dentro; eu sofro de bronquite alérgica e não consigo ficar muito tempo em local abafado. Aumentou o número de pessoas, mas eles não reforçaram o efetivo, e nem melhoraram as condições de trabalho para o pessoal que atende”, apontou.
O mesmo não ocorreu com o segurança Josival Barbosa da Silva. Ele sofre de glaucoma e, depois de passar a manhã de quarta-feira na farmácia, saiu de lá sem o medicamento. “Tive que deixar meu posto de trabalho e acabei só perdendo tempo; ainda vou ter de comprar o remédio, que custa mais de R$ 100”, lamentou.
Justificativas
Uma das justificativas para o aumento expressivo da demanda na farmácia do Cidade Nova é a reforma da unidade do Jardim Morada do Sol. Entretanto, o prefeito Reinaldo Nogueira, em seu programa aos sábados, na Rádio Jornal, afirmou que usuários de diversos municípios têm vindo retirar medicamentos aqui em Indaiatuba. “Eu ouvi o prefeito falar no programa sobre isso”, enfatizou o comerciante Márcio Carvalho. “Esse pessoal passa o endereço de moradores daqui e consegue os remédios. Tanto é que o prefeito também falou que o gasto com medicamentos subiu de R$ 300 mil para R$ 1 milhão – alguma coisa está muito errada”, questionou Márcio.
Questionada sobre a situação, a Prefeitura, por meio de assessoria de comunicação, disse que a Secretaria de Saúde está buscando vários meios para mudar as atitudes dos munícipes em relação a ceder os comprovantes residenciais. “Uma delas é incentivar para que os pacientes retirem os medicamentos nas próprias UBS e assim restrinja um pouco mais esse acesso de quem é de fora”. Já sobre a falta de medicamentos a Prefeitura afirma que existem alguns casos pontuais, mas que o abastecimento de remédios nas farmácias da cidade está normal.