Publicado em: 02/08/2018 10h11 – Atualizado em 07/08/2018 14h02
Gestora de Cultura comenta desafios do cargo
A secretária Tânia Castanho revela os planos para a Pasta
Werner Münchow
Tânia Castanho assumiu a Secretaria Municipal de Cultura em 3 de maio, em meio a críticas e com o desafio de substituir Érika Hayashi Kikuti, que comandou a pasta ao longo de 21 anos. Com 26 anos de experiência em gestão pública na área da educação, Tânia revelou, em entrevista à Tribuna, quais seus planos para a Cultura e a importância da fusão da pasta com outras secretarias.
A nova secretária de Cultura é graduada em pedagogia com especialização em Educação Especial pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Design Institucional pela Universidade Federal de Itajubá (MG); em Mídias pela Universidade Federal de São João del-Rei (MG); em Gestão pela Facinter; entre outros cursos. Trabalhou como professora da rede pública estadual de 1992 a 1994, foi vice-diretora de escola de 1994 a 1997, diretora de escola estadual de 1997 a 2002, coordenadora em 2002; e professora capacitadora da Secretaria Municipal de Educação de 2003 a 2007. Entre os anos de 2007 a 2016, atuou como diretora de área administrativa e informática educacional na Secretaria Municipal de Educação e em de julho de 2016 assumiu seu cargo de concurso, de professor supervisor C3.
Desafio
“O que me levou a aceitar o desafio foram os anos de experiência no serviço público. Desde que o prefeito Nilson Gaspar assumiu, vínhamos com um trabalho em conjunto, fazendo a fusão das secretarias de Educação e Cultura com demais pastas na apresentação de eventos e propostas diferenciadas. Acabei assumindo – e todo mundo acha que foi uma imposição quando, na verdade, foi um convite – depois de muita discussão. O prefeito fez uma consulta ao grupo de trabalho dele e depois veio a indicação da própria Érika, que sentia a segurança de deixar o posto, uma vez que tínhamos feito vários trabalhos juntas.”
Chegada
“Foi tranquilo, pois com a maioria já vínhamos conversando há muito tempo. Já tínhamos esta postura de trabalho colaborativo. Entramos em pleno Maio Musical, do qual já havíamos conversado algumas coisas, assim como outros eventos paralelos, mas tudo transcorreu tranquilamente. Temos uma estrutura muito boa e pessoas com comprometimento.”
Projetos
“Estamos escutando as pessoas e arquitetando uma reformulação. O Maio Musical é superconceituado. Viemos acompanhando todos os dias o artista e também o público. Mas esse projeto, assim como outros, como o Festival de Rock, demandavam mudança e a própria Érika vinha sinalizando isso. É importante para que a gente estabeleça algo culturalmente potencial para os nossos munícipes e também os nossos artistas e os de fora.”
Oficinas culturais
“Estamos ampliando. Começamos agora em agosto, com as inscrições para o ballet baby, com oito turmas para formação do corpo estável do balé clássico. Teremos a abertura de novas turmas de violão. Estamos ampliando algumas oficinas e ouvindo nossos músicos, principalmente em conjunto com o Projeto Guri, e potencializando junto à Educação para uma fusão que possa atingir o maior número de crianças e jovens. Estamos tentando canalizar os pontos de atendimento para envolver a comunidade escolar. A ideia é descentralizar e criar novos pontos, mais acessíveis.”
Orçamento
“Ano passado, as empresas começaram a colaborar conosco no Encanto de Natal e sempre falo: eles não deram presente para a Prefeitura, mas para os munícipes. Temos possibilidades como o ProAcc e Rouanet, que não vêm para a Cultura, mas ajudam os nossos artistas, orquestras e grupos. Tivemos o privilégio de ir algumas vezes para a Secretaria do Estado e fomos agraciados com o Circuito Cultural Paulista, onde receberemos peças e stand-ups até o ano que vem.”
Teatro Municipal
“Não precisa nem pedir. O prefeito sempre falou desse teatro. Hoje, se formos analisar, utilizamos o auditório do Ciaei (Centro Integrado de Educação e Cultura de Indaiatuba), assim como a iniciativa privada e a própria Educação. Todos que chegam falam do potencial que temos lá, em relação aos teatros da região. Estamos começando a estudar projetos, sem fazer loucuras. O teatro é fundamental, mas não é impeditivo para outros eventos que garantam acesso à população.”
Virada Cultural
“Fomos duas vezes à Secretaria do Estado acompanhar todo o trâmite. Todas as cidades do interior não foram contempladas e foi preciso reestruturar tudo, até em função da agenda dos artistas. As conversas estão acontecendo e acredito que possamos ser contemplados.”
Críticas
“As críticas surgiram porque se desconhecia o lado profissional. Existe uma cobrança muito maior, devido ao acúmulo de estar como primeira-dama e como secretária. Muitos que falaram já vieram conversar comigo. Quando começou a surgir que ela tinha 26 anos de funcionalismo, que havia sido gestora e possui mais de dez especializações em estudos relacionados à educação e potencialmente à comunidade, isso se dissipou. O trabalho é a melhor resposta que o funcionário público pode dar, seja na posição em que esteja.”