Publicado em: 17/08/2018 15h56 – Atualizado em 20/08/2018 14h05
Megaoperação combate o tráfico em três bairros locais
Ações ocorreram no Campo Bonito, Jardim Eldorado e Oliveira Camargo
A Polícia Civil realizou uma megaoperação em três bairros de Indaiatuba na tarde de quinta-feira (16). A ação abrangeu diligências no Jardim Eldorado, no Oliveira Camargo e no Campo Bonito. Três pessoas foram presos por tráfico de drogas.
A operação envolveu aproximadamente 30 policiais civis de Indaiatuba e do Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra), de Campinas, e 40 guardas civis do Grupo de Apoio Preventivo (GAP), Ronda Ostensiva com Motocicleta (Romi) e canil. “O objetivo principal foi uma saturação, ou seja, a presença da polícia, em ação preventiva especializada”, explica o delegado Danilo Amâncio Leme. “Foram emitidos mandados de busca e apreensão nos apartamentos do CDHU, no Jardim Eldorado, onde uma mulher foi presa, e apreendidas 108 trouxinhas de maconha.”
“Outro indivíduo foi detido em via pública, pela viatura da Guarda. Com ele foram apreendidos sete microtubos de cocaína. No Jardim Oliveira Camargo, teve mais um preso com mais uma quantidade”, complementa.
Em relação aos veículos, o delegado cita o uso de dez viaturas da Polícia Civil. “Foram utilizados quatro viaturas do Garra, mais duas da seccional e o restante de Indaiatuba mesmo. Sobre a Guarda Civil não sei precisar, mas havia ao menos oito motocicletas. Em termos de homens, o contingente era de 30 policiais civis, mais uns 40 da Guarda Civil”, relata.
O delegado informa que todas as diligências foram originadas em denúncias. “Bairros com muita criminalidade, sempre tem denúncia anônima – 90% delas, inclusive, são sobre o tráfico de drogas. Com base nas informações, damos início ao trabalho de campo, para averiguar se realmente procede”, explica Leme. “Os próprios moradores desses locais se sentem incomodados com a situação. O tráfico acaba levando a outros crimes, como roubos, furtos e até homicídios. Todos os homicídios este ano estiveram relacionados ao tráfico, que está mais violento e não tolera mais certos comportamentos, como as dívidas de drogas,por exemplo.”
Esquema
O próprio delegado admite a dificuldade em combater o tráfico de drogas. “É um crime que, infelizmente, não vamos exterminar, mas temos de combater no dia a dia. Acontece que o tráfico contraria as estatísticas: quanto mais tem, significa que mais está sendo combatido”, argumenta Leme. “Normalmente, é emitido Boletim de Ocorrência por flagrante; já no caso de roubo, é necessário a vítima vir à delegacia e prestar queixa, para cair na estatística.”
“Um dado importante, nas ocorrências recentes na Vila Homero e no Carlos Aldrovandi, onde apreendemos grande quantidade de entorpecentes, nos mostra o faturamento proporcionado pelo tráfico. O indivíduo preso no Aldrovandi disse que, em apenas algumas horas, foram vendidos R$ 4 mil – ele começou às sete da noite e foi até às cinco da manhã”, salienta Leme. “Muitas vezes, o próprio usuário reclama da violência que o tráfico traz, mas é ele mesmo quem sustenta o esquema.”
Entre os usuários, há pessoas de todos os níveis. “Perguntei ao indivíduo do Aldrovandi sobre os compradores, e ele me falou que vai gente de todo tipo e de várias localidades buscar as drogas (maconha, crack e cocaína). O bairro fica no desvio do pedágio, acesso de pessoas até de outros município”, aponta o delegado.
“Chegar nos cabeças é o nosso grande desafio, já que os indivíduos que vendem nas vias públicas são apenas usuários de drogas que precisam sustentar o próprio vício. Por isso, partimos do patrimônio, ou seja, o sujeito era pobre e, de repente, possui diversos bens; aí entra o trabalho importante na parceria com a Receita Federal, porque o traficante não é pego com droga, e não tem como justificar os ganhos legalmente”, finaliza Leme.
Movimentação de viaturas no Campo Bonito: operação mobilizou 70 policiais e guardas civis (Crédito: Fotos: Werner Münchow)
Guardas civis conduzem detido no Jardim Eldorado e movimentação de viaturas no Campo Bonito: operação mobilizou 70 agentes de segurança (Crédito: Werner Münchow)