O Ministério Público Eleitoral apresentou uma representação contra o vereador eleito Luiz Carlos Chiaparine (PMDB), atual presidente da Câmara. O médico cardiologista é acusado de captação ilícita de voto dentro do Palácio Votura, sede do Legislativo. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no local no final da tarde de terça-feira, dia 9, quando vários itens foram levados pela Justiça.
O promotor eleitoral Christiano José Poltronieri de Campos revela à Tribuna que antes da eleição municipal recebeu uma denúncia anônima contra o presidente da Câmara. O informante declarava que Chiaparine estaria utilizando o gabinete na Câmara como comitê eleitoral. “A denúncia citava gasto elevado com telefone, emissão indiscriminada de receitas e atestados médicos na sala dele”, explica Campos.
Foi feito então um pedido de busca e apreensão no gabinete da Presidência, na semana passada. “Com a correria das eleições a juíza (Daniela Faria Romano) só teve tempo de apreciar esta semana”, justifica o promotor eleitoral.
Na terça-feira, dia 9, o mandado de busca e apreensão foi cumprido e da sala de Chiaparine, segundo o promotor, foram levados computadores, talonário de atestados médicos, receituário, além de amostras grátis de medicamentos, que seriam distribuídas a pacientes que iam até a Câmara.
De acordo com Campos, os itens confirmam a utilização do prédio público para exercício da profissão de Chiaparine, com fins eleitorais. Na representação apresentada à Justiça Eleitoral, foi pedida a cassação do registro de candidatura e cassação do diploma, caso o processo demore.
O vereador Chiaparine foi reeleito no último domingo com um total de 4.010 votos, sendo o quarto
mais votado entre os 12 eleitos.
Chiaparine foi procurado pelo telefone celular, mas as ligações caíram na caixa postal. A Assessoria de Comunicação Social da Câmara informa que não tem nada a declarar sobre o assunto e que a reportagem deveria entrar em contato com a coordenação de campanha da coligação Faz Mais por Indaiatuba. Em contato com o coordenador, Fabiano Sordilli, ele informou que até a tarde desta quinta-feira, dia 11, o comitê não havia sido notificado a respeito da representação.
O promotor eleitoral lembra que, com Chiaparine, um total de seis vereadores eleitos correm o risco de não assumirem a vaga no próximo mandato. São eles: Celio Massao Kanesaki (DEM); Antônio Sposito Júnior, o Toco da Croissant (PTB); Gervasio Aparecido da Silva (PP); Luiz Alberto Pereira, o Cebolinha (PMDB); e Maurício Baroni Bernardinetti (PMDB).