É inacreditável o número de pessoas que carregam dentro de si grandes insatisfações. Um dos estados mais vividos atualmente. Há vários artigos recentes e de várias especialidades ligadas à saúde focando esse tema.
Quando se fala em insatisfação está em pauta a falta de contentamento, falta de prazer frente às conquistas ou realizações. Frase comum: “Ele é um eterno insatisfeito”, vale para todos os sexos, cada vez mais tem sido dita.
Para algumas pessoas a insatisfação é justificada pela falta ou vazio existente, mas é exatamente o inverso que desencadeia a falta de sentido e a ausência da satisfação. O excesso de estímulos. Essa afirmação se consolida no dito “quanto mais tem mais quer”, ou seja, não se dá nunca por satisfeito.
Nos dias atuais fica muito fácil constatar isso. Basta observarmos ao nosso redor pessoas bem sucedidas e em todos os aspectos, familiar, profissional, socioeconômico e financeiro, mas que expressam no olhar certo enfado e uma busca por algo que parece estar faltando, para que possa realmente ocorrer a satisfação.
Menos fácil é encontrarmos a sinceridade pessoal para admitirmos em nós mesmos essa ocorrência sem buscarmos justificativas. Há sempre uma relutância e uma necessidade de explicarmos (para nós mesmos) o porque. Até porque ao admitirmos que estamos insatisfeitos tendo tudo que temos, teremos que admitir também nossa ingratidão.
Quando da pergunta: “Sou uma pessoa satisfeita com minha vida”, após a resposta dada verifique se sua conduta de vida é coerente com essa resposta. Se a resposta for sim, você desfruta do prazer que isso propicia ou vive “emburrada”, sisuda, reclamando a toda hora de tudo e todos. Essa forma de ser não é condizente com alguém que se diz satisfeita com o que é e o que tem. Se sua resposta for não, o que é que está fazendo para buscar a satisfação? Se estiver parada e dizendo que não tem jeito, também não é condizente, pois o normal seria ir à luta para buscar o que diz desejar e então se realizar.
Atenção: essa insatisfação não tem nada a ver com a busca do crescer, querer mais, porém de forma equilibrada e que revela o desejo do desenvolvimento.
Tem a ver com as pessoas não reconhecerem e, portanto, não desfrutarem de tudo que são, possuem e disseram querer. E por que isso ocorre? Porque estão afastadas de si mesmas. Pode-se dizer, mesmo que não seja agradável escutar, pessoas que não sabem realmente o que querem. Estão movidas pelo excesso de informações, oportunidades e atividades que impedem o ser de se permitirem desfrutar com grande prazer o que já possuem. As cobranças externas são tantas que as pessoas estão, ao fazerem isso, se recriminando, como se “estivessem parando no tempo” e por isso, acreditando que ficarão para traz.
Quando em um estado de insatisfação não é possível sentir paz, um vazio com uma certa inquietude interior, uma leve ansiedade, quando não forte, revelam que ela esta ai, presente e atuante.
Reavaliar calmamente a própria vida. Sugiro até que anote. Veja tudo que já conquistou, coloque o que lhe agrada e o que ainda sente precisar melhorar. Verifique se é isso mesmo e mais, se é por você mesmo, ou apenas porque os demais de seu meio o induzem a isso. Dê valor ao que você tem e não ao que lhe falta.
Viva melhor seu momento presente. As preocupações não ajudam a resolver nada. A palavra já diz: pré-ocupação, ocupar-se por antecedência. Faça hoje o que pode ser feito e deixe para o amanhã o que só poderá ser feito só amanhã, aproveite o tempo que lhe sobra do hoje para desfrutar do que tem ao seu alcance. A isso chamamos ocupar-se com o que deve ser ocupado.
Melhorar seu grau de satisfação significa exatamente aproveitar melhor cada momento de sua existência. Significa valorizar o que existe mais do que o que se diz querer. Saber identificar entre todos os excessivos estímulos externos, quais realmente lhe pertence.