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No Divã – Dia 25 de Maio



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Publicado em 27/05/2013 às 14h57
Forçada a parar

Há pouco tempo uma pessoa de meu círculo de relacionamento sofreu forte entorse e ficou “fora do circuito” vários dias. Circuito significa o dia a dia com todas as correrias que se tem direito. Segundo sua descrição, dias intermináveis.



Inquietude, aflição, impaciência são termos que ainda deixam a desejar para descrever o tudo que ela viveu. É natural que ocorra em um primeiro momento uma agitação interior pelo tudo que se tem por fazer e não poder. Atividades de rotina, compromissos a tempos agendados, necessidade de “ganhar o pão” de cada dia, pois nem todos podem ter afastamento remunerado e muitas outras situações, desnecessárias de se descrever, pois o foco é o mesmo: não será possível realizar nada disso nesses dias.



Tudo isso é compreensível. Porém há um ditado que diz: “O que não tem solução, solucionado es-tá!”. Não adianta não querer aceitar esse fato. É inevitável e não pode ser mudado. A recuperação exige imobilidade total. Cadeira, cama, enfim, o que o problema exigir.



A pergunta feita foi: “Por que não conseguimos nos aquietar se nada podemos fazer para mudar esse fato?”. Após a consciência de que de nada adianta o desespero porque o quadro não será alterado e suas consequências serão tratadas em outros momentos, mesmo assim grande parte das pessoas nessa situação não consegue encontrar tranquilidade.



Vamos ao ponto: a maior dificuldade do ser humano é ficar consigo mesmo. Normalmente as pessoas demoram a aceitar esse fato, talvez você esteja também não o aceitando nesse momento. Quando se fica impedido de interagir com o mundo da forma como se está habituado, começa a lhe sobrar tempo. O turbilhão de pensamentos aos quais se está acostumado vai se esvaziando e então chega a hora de olhar para si mesmo.



Perceber a linha de pensamentos que costuma ter, identificar as emoções e de quais sentimentos elas tiveram origem torna-se mais possível, o que não quer dizer desejável. A disponibilidade do tempo só para si propicia a condição da autoanálise. Os mecanismos utilizados para justificativas de ideias e posicionamentos tomados começam a ruir. Nem todos querem se deparar com cenários diferentes dos quais haviam “pintado”, de forma a irem levando.



Contudo, aqueles que identificam o nada poderem fazer e aceitam que essa pausa poderá ser útil não só para o descanso físico, mas também para colocar a “casa interna” em ordem, iniciam o aquietamento mental necessário para o encontro da paz interna.



Inevitável se deparar com tristezas. Além de tudo que está se acumulando para ser resolvido depois da recuperação, ainda o perceber-se diferentemente do que achava ser em várias das situações vividas.



Vários clientes após terem passado por situações semelhantes tiveram a coragem de dizer: “Como eu estava enganado, vi a situação de forma a ficar isento de minha participação nela.”. Alguns tiveram a condição de poderem retomar e redirecionar seus relacionamentos ou mesmo a condução de determinadas ações. Outros tiveram que assumir definitivamente as consequências. Destes, alguns aproveitaram “a lição”. Outros não.



O desligamento forçado do dia a dia, quando se mantém as faculdades mentais em perfeitas condições é, eu considero, um presente. Apesar de todos os transtornos e prejuízos até materiais que se possa ter, saber utilizar esse período traz inúmeros e valiosos ganhos, pois as tomadas de consciência que ocorrem só fazem bem.



Quantas pessoas após períodos críticos e de severo risco para a própria vida você conhece que ao sair da situação, o faz completamente diferente. Tornam-se mais calmas, mais desapegadas das coisas materiais e com uma visão muito mais ampla do significado da vida. Principalmente da própria vida.



Se nos primeiros momentos ocorrem emoções desagradáveis, na sequencia vai se estabelecendo uma paz interior fantástica e volto a dizer: esse aquietamento é o mesmo que fazemos quando nos dispomos efetivamente a orar. Quando nos sentimos realmente conectados com Uma Energia Maior.



Paulo Antolini é psicólogo, psicoterapeuta, practitioner de programação neurolinguística, administrador e consultor de empresas. Fones: (19) 3834-8149 / (19) 9159-2480

Email: [email protected]

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