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393 Historia Local A Disposicao Da Populacao

Leitura obrigatória

Publicado em: 01/12/2015 11h40 – Atualizado em 08/12/2015 16h48

História local: à disposição da população

Criada como órgão da administração municipal indireta em 1994, a Fundação Pró-Memória se prepara para um salto de qualidade em suas atividades e ações junto à população com a inauguração da Casa da Memória, cuja construção teve início em novembro e irá abrigar, em um único prédio, a Biblioteca e os Arquivos Intermediário e Permanente da Fundação

Fábio Alexandre



Criada como órgão da administração municipal indireta em 1994, a Fundação Pró-Memória se prepara para um salto de qualidade em suas atividades e ações junto à população com a inauguração da Casa da Memória, cuja construção teve início em novembro e irá abrigar, em um único prédio, a Biblioteca e os Arquivos Intermediário e Permanente da Fundação.
Por meio do Arquivo Público Municipal Nilson Cardoso de Carvalho, a autarquia custodia, preserva e dá acesso à documentação da Administração Pública, especialmente, a produzida pela Prefeitura e pela Câmara Municipal. Além de tais documentos, encontram-se no acervo diversos fundos e coleções particulares de interesse público.
“Na verdade, é um complexo de arquivos. Algo que hoje é exigido pela legislação federal, mas que nós temos desde os primórdios da Fundação, há mais de 20 anos”, conta o superintendente da Pró-Memória, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus. “Nosso arquivo municipal, além de histórico, é administrativo também. Temos três ‘idades’: o Arquivo Corrente, que é a documentação que fica junto à Administração, na Prefeitura e nas Secretarias. Quando eles não são mais usados, vêm para que o Arquivo Intermediário, que é como um filtro”, explica.
Já o Arquivo Permanente, além de guardar, tem uma função didática, de ensino e pesquisa. Esse processo, que já temos aqui faz algum tempo, poucas cidades da região possuem”, afirma Gustavo. “No entanto, percebemos que estava faltando trazer a comunidade para dentro do Arquivo. O próprio nome já não atrai”, brinca.

Superintendente comemora ações em prol dos arquivos e campanha para enriquece-los (Crédito: Eduardo Turati)
Casa da Memória reunirá os Arquivos Intermediário e Permanente e a Biblioteca Rui Barbosa em quatro pavimentos
Casa da Memória reunirá os Arquivos Intermediário e Permanente e a Biblioteca Rui Barbosa em quatro pavimentos (Crédito: Reprodução)
Casarão Cultural Pau Preto é a primeira sede da Fundação e abriga o Museu da cidade
Casarão Cultural Pau Preto é a primeira sede da Fundação e abriga o Museu da cidade (Crédito: Giuliano Miranda SCS/PMI)

Guia do Arquivo será lançado em 2016

O arquivo está em um prédio pequeno, com espaço limitado de pesquisa. “Mas começamos a desenvolver ações para a comunidade conhecer sua história”, afirma Gustavo. “Temos documentação desde o século 19, quando a Freguesia se tornou Vila e a Câmara Municipal foi fundada”.
Para atrair a população, a Fundação acaba de lançar uma nova campanha de recolhimento de documentos e objetos que possam contribuir para o entendimento da história da cidade e da participação dos mais diversificados grupos e atuações. “Estamos lançando esta campanha para incentivar a população a trazer documentos, fotos e objetos históricos para o Museu e Arquivo”, afirma. “Mas temos que tomar cuidado: muitas vezes, para a pessoa aquele item é interessante e tem um valor sentimental. Em outras, quer apenas se ‘livrar’ daquilo”.
Nos últimos dois anos, essas atividades têm ajudado a população a conhecer as propriedades do Arquivo. “Para facilitar as pesquisas, vamos lançar em 2016 o Guia do Arquivo, que será on-line, com uma listagem de toda documentação, com sua descrição, para otimizar o tempo de pesquisa”, informa Gustavo. “Já fizemos isso com a nossa Hemeroteca, que está em nosso site, com jornais desde o século 20”.
Armazenamento
O que há no Arquivo? “Jornais, revistas, fotos, documentos administrativos, mapas e até fundos privados – temos mais de 160 – doados por famílias e grupos da cidade”, destaca Gustavo. “Recentemente, fizemos uma campanha com o vereador Hélio Ribeiro para captar documentação que representasse a população do Jardim Morada do Sol”.

O Arquivo Permanente, que está à disposição da população, fica na Avenida Dr. Jácomo Nazário, 1.046, Cidade Nova.
O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Já o horário de atendimento ao pesquisador é das 9h às 16h.

Mais informações: (19) 3834-6633 ou no e-mail arquivo municipal@promemoriaindaiatuba.sp.gov.br.

O futuro reserva um presente ao passado da cidade

Reprodução

Casa da Memória reunirá os Arquivos Intermediário e Permanente e a Biblioteca Rui Barbosa em quatro pavimentos
Hoje, a Fundação Pró-Memória se Indaiatuba se divide em quatro endereços: os Arquivos Intermediário e Permanente, a Biblioteca Rui Barbosa e o Casarão Cultural Pau Preto, onde funciona o Museu. No entanto, provavelmente a partir do ano que vem, serão apenas dois, com a inauguração da Casa da Memória, cuja construção teve início em novembro.
Com investimento de R$ 4.936.479,01 e prazo de 12 meses para conclusão das obras, o prédio fica na Rua Vitória Régia, no Jardim Pompéia e terá quatro pavimentos. O inferior, que terá acesso pela Rua das Camélias, abrigará a Biblioteca, a administração e o almoxarifado. No térreo, com acesso pela Rua Vitória Régia, ficará o Arquivo Intermediário.
O primeiro pavimento, também com acesso pela Rua das Orquídeas, recebe o Arquivo Permanente, com acesso público e recepção, sala de consulta, copa e salas de leitura interna e externa. Já o segundo pavimento, cujo acesso é exclusivo pela parte interna, abrigará o Arquivo. Todos oferecerão sanitários para funcionários e sanitários públicos acessíveis. Também serão instalados dois elevadores, sendo um deles interno de serviços e outro externo, do tipo panorâmico, para o público.
Cultural
“Teremos mais espaço e o trabalho de pesquisa será muito mais confortável. Projetamos o Arquivo e a Biblioteca pensando nos próximos 30 ou 40 anos”, revela o superintendente da Pró-Memória. “Esta unificação ajudará muito. Hoje temos quatro sedes, em breve serão duas. A sede da Fundação é o Museu, já que para a autarquia surgir, precisava de um bem. E o bem maior da Fundação é o Casarão. Nunca vamos sair daqui”.
A Casa da Memória será, ainda, um local diferenciado, onde o cidadão pode ir ao Arquivo, passar na Biblioteca e pegar um livro. “Estamos pensando ainda na possibilidade de instalar um café no local, quem sabe uma livraria, transformando o local em um espaço cultural”, revela Gustavo. “Este sonho não está distante, pois teremos espaço para isso. É a minha vontade”.

Mudança no perfil resgatou visitantes do Museu

A antiga sede da Fazenda Pau Preto foi construída no início do século 19, usando a técnica da taipa, tanto a de pilão como a de mão, com mão-de-obra escrava. Desde então, o espaço sofreu com a passagem do tempo e, não fosse a mobilização da população, provavelmente não existiria mais.
Hoje, com apoio da Administração Pública e da iniciativa privada, o Museu do Casarão ganhou um novo fôlego, talvez o maior desde o início de suas atividades, em 1983, quando foi declarado de utilidade pública e passou a recolher objetos significativos à história de Indaiatuba.
Assim como aconteceu com o Arquivo, foi preciso redefinir as ações do Museu, para que ele voltasse a receber a população. “Nos últimos dois anos, aumentou muito o número de visitas. Isso se deve pela redefinição do perfil do Museu”, analisa Gustavo. “É um museu da cidade de Indaiatuba e as pessoas querem se ‘enxergar’ nele. O olhar que se tinha é que se tratava de local para determinado grupo, então estamos mudando isso e redefinindo nosso Plano Museológico”.
Educação
No entanto, entre as principais ações envolvendo o resgate pelo interesse histórico – e consequentemente, atraindo a população ao Museu – estão atividades em parceria com a Secretaria da Educação. “Temos diversas ações em curso, como o concurso de redação, pensados a longo prazo, até o final de 2016”, conta Gustavo.
O Concurso Cultural Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho” foi criado com o objetivo de aproximar o público adolescente com a história de Indaiatuba, por meio do conhecimento dos documentos históricos. “Retomamos também, em parceria com a Educação, os Passeios da Memória”, conta. “Nele, os alunos conhecem pontos históricos da cidade e desembarcam no Casarão. Antes, ficavam cerca de 15 minutos. Agora, já ficam por uma hora ou mais. E a procura das escolas tem crescido”.
Para Gustavo, atuar junto às crianças e adolescentes, seja na sala de aula ou mesmo em casa, é fundamental.”Precisamos conscientizar a criança que ele é sujeito histórico, de sua própria história. Esse é um dos pilares da Fundação”, enfatiza, recordando outro importante projeto: a Escola do Patrimônio.

Criado em julho de 2014, já atendeu mais de mil educadores, profissionais liberais, servidores públicos e demais interessados, e consiste na aplicação de cursos em parceria com o Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para atender a demanda da comunidade nas diversas áreas do saber relacionadas à história, memória, patrimônio histórico, cultural e ambiental.

“Indaiatuba é uma cidade que trabalha com a sua memória. Já havia interesse em história e a população catalisou isso. Definitivamente, a população abraçou a Fundação”, agradece o superintendente.
(Fábio Alexandre)

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