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Publicado em: 06/12/2017 15h47 – Atualizado em 08/12/2017 14h28

Empresários contornaram crise com inovações

Criatividade e bons profissionais, aliados à infraestrutura da cidade, foram fatores determinantes

Adriana Brumer Lourencini



Nos últimos anos, o Brasil vem enfrentando graves crises, financeira e política, o que tem levado a resultados catastróficos nos índices do emprego. Tanto empresários quanto trabalhadores vêm buscando alternativas para atravessar momentos críticos e sobreviver à tempestade da melhor forma possível. Contudo, existe em Indaiatuba um nicho de empreendedores que tiraram partido da situação e transformaram limão em limonada, por meio da criatividade e inovação.
Um deles é Marcelo Meuci, proprietário da Inset Clean, que se estabeleceu na cidade há quase três anos, na prestação de serviço de extermínio integrado de pragas (desinsetização, desratização e descupinização), além de limpeza de reservatórios de água. Empreendedor, engenheiro ambiental e economista, Marcelo entende o negócio como gerador de valor. “Atuamos com o meio ambiente e este ramo não é apenas para se ganhar mais dinheiro, mas sim, mostrar à sociedade que pode ser mais competitivo sem agredir a natureza. Empresas e consumidores veem isso de maneira positiva, e essa foi a nossa sacada neste ano difícil”, explica.
“Não pensamos apenas em lucro, mas na geração de valor”, continua Marcelo. “Existe uma grande diferença: lucro é quando fechamos as despesas e receitas, com resultados positivos; já geração de valor é a associação da sua marca a um valor propriamente dito”, esclarece.
No caso da Inset Clean, o empresário comenta que o foco não é somente controlar o vetor na cidade, mas também, ser uma empresa com comprometimento. “Embora utilizemos substratos químicos, estamos comprometidos com os impactos causados no meio ambiente; trata-se de uma abordagem de negócio diferente”, analisa.
Ele fala ainda do longo período de crise enfrentado pelo mercado. “Nos anos de 2015 e 2016, tivemos uma situação muito complicada por conta da queda de 4% no PIB (Produto Interno Bruto) – em 2015 caiu 3,8% e no ano seguinte, 3,6%. Já em 2017 a previsão é a de que haja 1% de aumento, e a inflação deve fechar em 3%, o que já representa uma melhora econômica nos dois cenários”, argumenta Marcelo.
Progressista
O empresário destaca que a mentalidade progressista e uma visão diferente sobre os negócios permitiram que a equipe da Inset Clean atravessasse os períodos mais difíceis. “A gente dobrou a produção, justamente por termos esta mentalidade progressista; em nenhum momento pensamos em reajustar os contratos para cima, por exemplo. Todos assumiram o desafio, com uma visão positiva do cenário, porque o Brasil tem muita demanda para este serviço. Tanto é que houve expansão de 200% no volume de vendas e nós ampliamos o quadro de funcionários em 130% (hoje temos aproximadamente 40 colaboradores); ou seja, o cenário ruim não nos acovardou”, garante Marcelo.
“Quando as pessoas percebem que você não está interessado só nos rendimentos (lucros) do trabalho realizado, mas também no contexto que a atividade irá gerar no mercado, isso traz o valor agregado que buscamos”, completa.
Normalmente, o controle de vetor é sazonal, e este é mais um motivo para empresas do setor ter de se reinventar com frequência para se tornarem competitivas. “Em determinados períodos há infestação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela; em outros, há incidência de escorpiões, e assim por diante; nesses momentos temos de estar preparados para atender o mercado. Nossas demandas são pontuais e, quanto ao vetor da dengue, por exemplo, já estamos nos preparando para o combate, que deve se intensificar daqui para frente, por conta do calor”, aponta Marcelo.
Enquanto também economista, Meuci comenta que há ainda muitas demandas reprimidas em todos os setores, tanto de serviços quanto de produtos. “Por isso, o empresário deve ter uma boa oferta desses produtos ou serviços, gerando nos consumidores algum tipo de curiosidade, um prazer final na compra daquele bem”, sugere. “Uma oferta criativa (diferenciada) é a chave para o sucesso frente a uma demanda cada vez mais crítica, especialmente por conta dos anos de crise que atravessamos”, complementa.
Marcelo acredita que “as fronteiras são do tamanho do nosso pensamento; o conceito é o de pensar em algo que sirva para a cidade, e depois para o país e, por que não, para o mundo? Está ali a geração de valor”, enfatiza.
Ele cita a realidade enfrentada pelas montadoras de veículos e os projetos inovadores para acompanharem a evolução. “Os engenheiros automobilísticos têm desenvolvido motores mais eficientes, que reduzem o gasto do combustível. Se você pensar na questão do petróleo e a dificuldade de obtê-lo, e no custo dos combustíveis no Brasil, as inovações nos motores tornaram os veículos mais atrativos (oferta criativa). Isso gera um novo pensamento em relação ao carro, onde as pessoas começam a considerar a ideia de troca-lo”, observa Marcelo.
“Quem oferta sempre o mesmo terá sempre a mesma demanda”, alerta Meuci. “Diversificar e criar novas ofertas para a demanda é a chave do sucesso. Em períodos de crise, podemos arranjar várias justificativas pelo negócio não ter funcionado. Mas o pontapé para o sucesso é visualizar, durante tempos difíceis, uma demanda que ninguém tinha visto; é enxergar o novo negócio para prosseguir com a atividade de um jeito diferente”, reforça.

As fronteiras são do tamanho do nosso pensamento, diz Meuci
As fronteiras são do tamanho do nosso pensamento, diz Meuci (Crédito: Werner Münchow)
Características como visão ampla do negócio e do mercado, além da busca por agregar valor foram principais ingredientes (Crédito: Eliandro Figueira)

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