Publicado em: 07/12/2017 10h11 – Atualizado em 08/12/2017 14h29
Esporte e escola de idioma são os pilares
Beisebol e gate ball ganharam espaço na Acenbi; hoje, Nitigo Gakko conta com 70 alunos
Atualmente, a Acenbi conta com dez departamentos e 601 associados. “Temos cerca de 100 atletas no beisebol, 60 no tênis, 20 no gate ball e 20 no Kendô (arte marcial japonesa moderna, desenvolvida a partir das técnicas tradicionais de combate com espadas dos samurais do Japão feudal, o Kenjutsu, e significa “caminho da espada”)”, revela o presidente da Acenbi. “Além disso, cerca de 50 pessoas participam do Departamento de Taikô, que tem crescido muito. Outras 20 pessoas integram a parte artística da Associação, cuidando das danças folclóricas como o Odori”.
Dentro desta organização, o Departamento de Jovens reúne uma média de 40 participantes, do Departamento de Senhoras são 30, e mais 60 no Departamento de Idosos. “Eles se reúnem mensalmente para celebrarmos os aniversariantes do mês e promovemos ainda atividades como artesanato, entre outras”, revela Anésio Kimura.
Outro destaque é o Ongaku, ou Departamento de Canto, que conta com cerca de 30 pessoas. “O Ongaku se reúne toda sexta para os ensaios e participa de eventos todo mês, sempre competindo por prêmios”, afirma o presidente da Acenbi. “Uma vez por ano, realizamos o Concurso Regional da Canção Japonesa. Já chegamos a reunir 300 cantores amadores, mas hoje encontramos dificuldade para conseguir um espaço para as apresentações”.
O Centro Esportivo da Acenbi conta atualmente com três quadras de saibro para a prática de tênis e quatro quadras de gateball, sendo duas cobertas, além de três campos de beisebol. “Infelizmente, o beisebol não foi profissionalizado no Brasil. Mas, de forma geral, o esporte é apreciado por suas noções de formação, disciplina e respeito à coletividade”, afirma Kimura. “Mesmo com muita dificuldade, temos cerca de dez atletas convocados para a seleção. Se tivéssemos um patrocínio, pois se trata de um esporte caro, poderíamos trabalhar melhor as categorias de base e participar de eventos pelo Brasil e até fora. Poderíamos virar referência na região”, afirma João Yamate, presidente do Conselho Deliberativo da Acenbi.
Além do esporte, outro importante trabalho realizado envolve o Nitigo Gakko, a escola de língua japonesa, que conta com cerca de 70 alunos, muitos sem descendência japonesa. “Temos crianças e adultos no importante aprendizado da nossa língua. Os adultos utilizam o japonês para o trabalho. Já com as crianças é diferente, nossa cultura vem se destacando e elas querem aprender”, analisa Kimura. “Na escola se inicia o nosso trabalho de preservação e damos continuidade à nossa cultura. As crianças aprendem a se comunicar, cumprimentar e conservar o meio ambiente, enfim, a alfabetização e o respeito”.
Em meio às dificuldades, os associados da Acenbi comprovam que a única ferramenta para crescer é a união. “A atual diretoria tem uma missão muito importante, que vamos exercer com muito orgulho, responsabilidade e seriedade, sempre respeitando o nosso Estatuto, onde os principais objetivos são: cultivar a mais ampla e perfeita cordialidade entre os associados; preservar a manutenção da escola; promover atividades culturais, sociais, beneficentes e filantrópicas; estimular a prática de esportes, atividades e realizações esportivas, direcionadas à educação, disciplina responsabilidade e honestidade; e promover e divulgar a cultura japonesa”, ressalta o presidente da Acenbi.
Regularização
Entre as conquistas dos últimos dez anos, Yamata e Kimura destacam a regularização das atividades da Acenbi. “No ano retrasado, conseguimos algumas verbas da Lei de Incentivo ao Esporte junto ao Governo do Estado. Foi importante para aprendermos a trabalhar com estes recursos”, lembra Yamate. “Para a Acenbi se adequar ao solicitado, tivemos que mudar nosso ramo de atividade e descobrimos algumas pendências junto ao poder público”.
Em 1959, o terreno onde se localiza a sede social da Acenbi, na Rua Humaitá, foi doado à Acenbi por meio de um Decreto. “A única condição foi que a Associação construísse sua sede no prazo de dois anos. Isso foi feito. Mas alguns documentos ficaram pendentes e foi assim até pouco tempo atrás”, conta Yamate. “É claro que não houve má-fé, muito pelo contrário. Talvez a dificuldade de comunicação e o pouco conhecimento tenham sido obstáculos. Mas hoje, está tudo regularizado”.
“Outro ponto relevante, que muitas vezes passa despercebido, são os trabalhos de elaboração, preservação e adequação de documento, como ofícios de projetos de doações e concessões de uso, convênios e parcerias, declaração de utilidade pública, escrituras e estatutos. São trabalhos demorados e que exigem muito tempo e são burocráticos, porém necessários”, destaca Kimura.
Por fim, o presidente encerra agradecendo seus companheiros e o poder público. “O Brasil atravessa um momento de instabilidade política e financeira, com mudanças e reformas que nos afetam indiretamente, mas apesar de tudo, estamos realizando todos os eventos programados com sucesso, contando sempre com apoio da Prefeitura Municipal e de nossos patrocinadores”.

Escola de língua japonesa conta com cerca de 70 alunos (Crédito: Acenbi/Tao Conteúdo)
Diretoria da Acenbi tem diversos desafios, sendo o principal promover e divulgar a cultura japonesa no município (Crédito: Acenbi/Tao Conteúdo)

O Indaiatuba Matsuri, evento criado pela Associação em 2016, surgiu da fusão do Sushi Matsuri e da Festa do Bon Odori (Crédito: Acenbi/Tao Conteúdo)

Anésio Tadatsugo Kimura, presidente da Acenbi para o biênio 2017-2018, em recente evento (Crédito: Acenbi/Tao Conteúdo)
Cerimônia marca Bodas de Vinho

Os 70 anos da Acenbi, suas Bodas de Vinho, serão comemorados em uma festividade programada para associados e convidados no próximo dia 16 de dezembro, e que envolve um culto religioso e o Moti-tsuki. Moti significa bolinho de arroz e tsuki é socar, dando nome a uma tradição muito comum entre as famílias japonesas. Os significados são vários e simbolizam a união de forças e o esforço humano em busca de boa sorte. O moti personifica a esperança, porque é mole, mas firme, e é fruto de muito esforço.
Outra cerimônia envolve o plantio de sete cerejeiras. No convite para o aniversário, a Associação fala sobre suas Bodas de Vinhos. “Setenta anos de vida em japonês significa Koki – Toshi Iwai e é comemorado em idades específicas durante a Terceira Idade, com o objetivo de pedir por uma vida longa e saudável. O ‘koki’ refere-se ao 70º aniversário e a palavra originou-se de um verso de um poema chinês, que menciona o fato de que esta idade era raramente alcançada”.
Para marcar essa data comemorativa, serão plantadas sete cerejeiras (Sakura), “cuja flor é o símbolo do Japão e é considerada sagrada e mensageira da felicidade, do amor, da renovação e da esperança. A cerejeira fica pouco tempo florida, por isso suas flores representam a fragilidade da vida, cuja maior lição é aproveitar intensamente cada momento, pois o tempo passa rápido e a vida é curta”.
Seguindo nessa linha, os samurais, guerreiros japoneses, eram grandes apreciadores da flor de cerejeira, que desde aqueles tempos passou a estar associada à efemeridade da existência humana e ao lema dos samurais: viver o presente sem medo e aproveitar cada momento ao máximo.
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