Publicado em: 01/12/2015 11h05 – Atualizado em 17/12/2015 10h37
Gastronomia: opções se destacam na região
Bares e restaurantes de diferentes tipos caíram no gosto dos indaiatubanos e são referência
Se na década de 1980 eram poucas as opções de lugares para “comer fora” na cidade, atualmente, o indaiatubano tem um leque de variedades para degustar a gastronomia das mais variadas nacionalidades.
Prova disso está nos registros feitos na Prefeitura. Atualmente, o município já tem 230 restaurantes e 394 bares funcionando. E o setor gastronômico não para de crescer. Somente de janeiro a novembro deste ano, foram abertos mais 29 restaurantes e outros 44 bares.
O primeiro bar e restaurante mais frequentado na cidade foi a choperia e restaurante João Coragem, que abriu suas portas em 1968 como bar Sr. João Mendes, e mudou de nome após ser cenário da estreia da novela João Coragem, em 1970.
Depois, surgiram outros pontos de referência de boa comida e também para o lazer, como a Pepis Pizza Bar e o Tinho’s Restaurante, que fomentou o self-service na cidade, a partir de 1991. Entre eles também está famosa a Casa da Esfiha, que abriu em 1996, na Rua Siqueira Campos.
Hélio Rubens de Oliveira, proprietário do estabelecimento, rememora como foi o início do restaurante na cidade. “Eu trabalhava em São Paulo há 32 anos e minha irmã morava aqui”conta. “Com minhas economias, abri um restaurante no bairro do Ipiranga, lá na capital, e, em 1986, decidi vir para Indaiatuba, abrir um restaurante por aqui”, prossegue o empresário. “Pesquisei e descobri que após as 18h poucos estabelecimentos ficavam abertos, então investi e comecei a atender também à noite”, acrescenta Hélio.
A inspiração para a Casa da Esfiha veio da experiência em um restaurante na Colônia Árabe, o primeiro emprego de Hélio Rubens. “Comecei como auxiliar de limpeza e passei por todos os setores, no bar, caixa, manipulação, gerência. Quando abri o meu restaurante, eu quem fazia os pratos, vendia e recebia”, recorda ele. “Quando contratei meus funcionários, eu mesmo ensinava como fazer, e hoje temos nosso chef de cozinha e uma nutricionista para cuidar do cardápio”, ressalta. Antes, o restaurante pertencia apenas ao Hélio, com a evolução, seu irmão Rubens entrou como sócio.
Cardápio
Hélio também exalta que, além das tradicionais esfihas, a alimentação árabe como um todo foi bem aceita na cidade. “Os clientes procuravam alguns itens que não tínhamos no cardápio e fomos, aos poucos, acrescentando. Hoje, temos o dobro de itens de quando iniciamos”, diz.
Atendendo à crescente demanda, a Casa da Esfiha precisou mudar de endereço. “No antigo ponto, ficamos 5 anos, depois mudamos para a Rua Pedro de Toledo, passamos por três ampliações e hoje já temos o maior espaço da culinária árabe do Estado de São Paulo”, revela.

Pepis é um dos points mais visitados da cidade há 35 anos (Crédito: Divulgação / Dinossauros Indaiá)
Casa da Esfiha nasceu em 1986 e hoje é o maior espaço de culinária árabe do Estado (Crédito: Divulgação)

Atualmente, a Kennedy é conhecida como o principal recinto gastronômico de Indaiatuba (Crédito: Eduardo Turati)

Em janeiro de 1984, a Avenida Presidente Kennedy ainda não reunia milhares de pessoas em busca de boa comida (Crédito: Coleção Silva e Penna Imagens)
Internacionalização da culinária é receita de sucesso
Alguns restaurantes valorizam a aceitação do público e comemoram a evolução do segmento na cidade. O chef de cozinha Igor Furlan é proprietário do Restaurante Amadeu, que abriu em 2010 com o conceito de Cozinha Contemporânea Brasileira. “Mudamos nosso menu para acompanhar as estações do ano, por isso nosso carro-chefe sempre muda acompanhando a troca do cardápio”, explica.
“Hoje, acredito que a curiosidade e acesso à gastronomia pelos meios de comunicação vêm despertando o interesse das pessoas, que buscam novas experiências”, adiciona, citando o nível de exigência da população e o turismo de negócios, que está crescendo. “Recebemos muitos estrangeiros, que exigem de nós, chefs, um nível internacional de cozinha”, avalia.
O Le Triskell, que apresenta um cardápio francês, foi inaugurado em novembro de 2012. O restaurateur do bistrô, Gilles Mourier, também aponta a boa recepção dos indaiatubanos. “O que ajudou muito o Le Triskell foi o crescimento fantástico que nossa cidade teve nos últimos anos”, afirma. “A ideia inicial do nosso cardápio era de crepes e quiches com salada. No entanto, os clientes logo manifestaram o desejo de uma comida mais consistente: carne, peixe etc., com isso, nosso cardápio evoluiu rapidamente”.
Segundo ele, um dos pontos que impulsiona a culinária na cidade é a vinda de moradores da capital. “Para eles é um alivio poder contar com casas que ofereçam uma gastronomia compatível com a que tinham lá”, observa, relembrando que, 15 anos atrás, era preciso ir para Campinas para buscar variedade culinária.
Gourmet
Além dos tradicionais lanches, aqueles bem conhecidos nas praças centrais ou nos carrinhos que se espalham em algumas esquinas, em quase todos os bairros da cidade, Indaiatuba também cedeu seu espaço à tendência dos hambúrguer gourmetizado, se rendendo à nova moda de refeições práticas, mas com qualidade.
Um dos exemplos desse segmento que chegou ao município é a franquia Let’s Eat, que chegou à cidade em janeiro de 2014 como opção de hambúrguer e comida mexicana. “O carro chefe da Let’s é o cardápio de hambúrguer, contendo diversas opções. A comida mexicana é bem apreciada, mas ainda não supera a paixão pelos burgers”, comenta um dos sócios, Marcelo Amato. “Visualizamos a incidência do Premium Burger na gastronomia brasileira como uma forte tendência e acreditamos que Indaiatuba reagiria bem e positivamente ao estabelecimento”.
Amato também afirma que a decoração do ambiente cativa os clientes. Como diferencial do negócio, ele sugere a mudança nas tendências. “Cada vez mais, as pessoas buscam refeições que saiam do cotidiano ‘arroz, feijão e carne’ (não desmerecendo esse delicioso prato, é claro), como comidas típicas de outros países, que possam ser reproduzidas em casa, como uma costela com barbecue ou um lanche de quatro queijos. Nessa onda de MasterChef, muita gente tem gostado de pesquisar na net e se aventurar pela cozinha de casa, além da procurar por locais em que o almoço ou jantar passe a ser um momento de diversão e entretenimento”, conclui o empresário.
(Anieli Barboni)